sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Dona Cecilia Vicente de Azevedo Prado e o Imperador Pedro II


Prima Cecilia: 
Senhora Cecilia Galvão Vicente de Azevedo Prado.
nascida Hell Simões
Senhora Hamilton Veloso Prado 

Sei que vc é monarquista, mas de bom senso tanto que votou no “ Jair”, mas o Dom Pedro II é furto de marketing  do Estado Novo de Getúlio Vargas e do integralista Gustavo Barroso.

Vc pode deletar o que abaixo escrevo que eu JURO que não ficarei zangado. Rsrrsrssrsr
Parte I
• Quando D. Pedro II do Brasil subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta.
Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo à educação, à construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas, que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.
R.: Mentira. Os escravos eram , como os afrodescendentes ainda são, a maioria da população brasileira e esse estrato social era ANALFABETO

• A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).
R.: Mentira. Tinham escravos e empregados e o tal “salário” de Dom Pedro era uma Dotação orçamentária, que ele casquinha não gastava muito fazendo com que a Corte do Brasil fosse a mais pobre do mundo. Ler Salões e Damas do Segundo Reinado, de Wanderley Pinho.
Todos os membros da Família Imperial recebiam a famosa “Dotação Orçamentaria, TODOS. Ver foto abaixo.
• (1880) O Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história.
R.: Há controvérsias, mas vamos acreditar nela. SE éramos a 4º economia devíamos aos esforços hercúleos dos Cafeicultores, dos Senhores de Engenho, os produtores de algodão, e o Mercado aberto para o Capital Inglês, não tendo o Poder Moderador do Imperador nada com isso.
Dom Pedro II era inimigo figadal de Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá , um comerciante que se tornou banqueiro internacional e industrial do Império contribuindo assim para o início da Industrialização do Brasil, e o era porque Mauá fez o que ele, como Imperador, deveria ter feito e não fez.
Dom Pedro II defendia “ à forte centralização monárquica que o Poder Moderador, expresso na Constituição de 1824, o garantia poder para barrar ou não qualquer tipo de iniciativa que lhe desgostasse”.
• (1860-1889) A média do crescimento econômico foi de 8,81% ao ano.
R.: Mentira. A prova é que com a abolição entramos em um CAOS  graças a “  Crise do Encilhamento foi uma bolha econômica (bolha de crédito) que ocorreu no Brasil, entre o final da Monarquia e início da República, e estourou durante a República da Espada (1889-1894), desencadeando então uma crise financeira e institucional”.
• (1880) Eram 14 impostos, atualmente são 98.
R.: Os impostos eram terríveis. Vou usar o que consta do site do Senado Federal:
Os cofres públicos recebiam um pedágio cobrado por todo cavalo e besta que entrava na capital do Império para ser vendido. Os brasileiros só podiam receber distinções honoríficas de governos estrangeiros, como o título de comendador concedido pelo Vaticano, se pagassem uma taxa à Coroa.
Particularmente pesados eram os tributos de importação de pólvora, chá e “bebidas espirituosas” (alcoólicas). Em 1843, as alíquotas desses produtos ficavam em torno de 50%. ( pasmem em um país que a água não era tratada e a bebida era indispensável para a população)
Ajudavam a financiar o Império o imposto das apostas e dos prêmios de loteria, o tributo das passagens dos bondes do Rio e a taxa de matrícula das faculdades de direito e medicina.
O Colégio Pedro II, hoje gratuito, cobrava dos alunos pensões trimestrais, remetidas para o caixa da Coroa. ( e o colégio era o xodó)
O lucro das empresas estatais, como a Fábrica da Pólvora, o Correio Geral, os Telégrafos Elétricos e a Estrada de Ferro D. Pedro II, reforçava o cofre imperial.
• (1850-1889) A média da inflação foi de 1,08% ao ano. “ Abriram-se várias linhas de crédito para investimentos produtivos e em bolsas de valores, aumentaram em muito os bancos emissores, fazendo que crescesse em demasia a oferta monetária, sem que se preocupasse com o lastro-ouro, ocasionando, assim, inflação e o fenômeno conhecido como moeda-podre ou desvalorização monetária”
R.: Mentira. A Crise do Encilhamento é prova.
• (1880) A moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina.
R.: Mentira. O padrão era o ouro. Quem tinha ouro vivia a larga m Paris- caso do senhor Barão da Bocaina que viveu em Paris após a proclamação da República.
• (1880) O Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perdendo apenas para a da Inglaterra.
R.: Mentira. A Marinha se tornou a Segunda Força Mundial na República e graças a “ Corrida armamentista naval ocorreu no início do século XX entre Argentina, Brasil e Chile, os países mais ricos e poderosos da América do Sul. Esse processo teve início quando a cúpula do governo brasileiro decidiu, a partir de figuras como o Barão do Rio Branco, pela compra de três dreadnoughts, que na época eram verdadeiras máquinas de guerra e poderiam ser comparadas às armas nucleares dos dias atuais.”
• (1860-1889) O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.
R.: Não graças a Dom Pedro II, mas sim aos esforços de varias pessoas sendo o que mais trabalhou foi Benjamin Constant , que foi Diretor do antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos*, instituição criada duramente o Gabinete Ministerial de Honório Hermeto Carneiro Leão, Marquês do Paraná, Presidente do Conselho de Ministros no período de   6 de setembro de 1853 a 3 de setembro de 1856. Ver detalhes abaixo. Criado em 1854, pelo decreto n. 1.428, de 12 de setembro, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos tinha por atribuição ministrar a instrução primária e alguns ramos da secundária, educação moral e religiosa, ensino de música, bem como ofícios fabris. A autorização para o governo imperial despender verbas para a criação do instituto foi conferida pelo decreto n. 781, de 10 de setembro de 1854.
O projeto de estabelecer uma escola com esse perfil no Rio de Janeiro foi de José Álvares de Azevedo, jovem cego de nascimento, que havia estudado por seis anos na renomada Institution Imperiale des Jeunes Aveugles, de Paris. Ao chegar ao Brasil, em 1850, Azevedo foi professor de História no colégio do Barão de Tautphoeus e publicou inúmeros artigos em jornais sobre o instituto de Paris (GUERREIRO, 2007, p. 77). Conheceu o médico francês José Francisco Xavier Sigaud, que chegara ao Brasil em 1825 e participara da criação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro em 1829, ao dar aulas do Sistema Braille para sua filha, Adéle Marie. Foi Sigaud quem intermediou junto ao imperador d. Pedro II, de quem era médico particular, a proposta de Álvares de Azevedo para criação no Brasil de uma escola para pessoas cegas, segundo o modelo do instituto parisiense (FIALHO, 1978, p. 204). Com o apoio do imperador, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos foi inaugurado em 17 de dezembro de 1854, alguns meses após a morte de Azevedo, em 17 de março. Sob a direção de José Sigaud, o instituto foi inicialmente instalado em uma chácara alugada ao barão do Rio Bonito, localizada no Morro da Saúde.
Por ocasião da criação do Instituto dos Meninos Cegos, o ministro e secretário de Estado do Império – pasta em cuja alçada ficavam os negócios da educação – era Luís Pedreira de Couto Ferraz, barão do Bom Retiro. A ascensão do gabinete da Conciliação, em 1853, criou condições para que Couto Ferraz colocasse em prática a reforma educacional que levou o seu nome, onde foram estabelecidas as diretrizes gerais para o ensino primário e secundário da Corte, como também para o ensino superior, a cargo do governo imperial. Tendo como inspiração o modelo de instrução francesa, a Reforma Couto Ferraz orientou-se pelos ideais civilizatórios compartilhados pela elite política, em que a educação das camadas pobres da população, excluídos os escravos, assumiu o papel relevante de contribuir para alçar o Império brasileiro ao panteão das nações civilizadas (MATTOS, 2004).
Ainda que dirigida às instituições da Corte, pretendia-se que a reforma servisse de modelo para as províncias, e também que a Secretaria do Império tivesse injunção nesta esfera, através da Inspetoria-Geral da Instrução Primária e Secundária da Corte (SAVIANI, 2007, p. 131). Assim, a reforma expressava também o anseio do Estado imperial em exercer maior controle e fiscalização sobre o ensino público e particular, dispondo de questões como a inspeção dos estabelecimentos de instrução primária e secundária; a formação, os direitos e os deveres dos professores; condições e regime das escolas públicas e particulares.
Segundo o regulamento provisório aprovado pelo decreto n. 1.428, de 1854, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos seria administrado por um diretor, subordinado à Secretaria de Estado dos Negócios do Império, pasta responsável, dentre outros, pelos assuntos referentes à instrução pública. A estrutura do instituto era composta por um professor de primeiras letras, um de música vocal e instrumental, os das artes mecânicas, médico, capelão, um inspetor de alunos por cada turma de dez meninos, e os empregados e serventes que fossem indispensáveis. Nos três primeiros anos de exercício o número de alunos não deveria exceder a 30, sendo dez admitidos gratuitamente, quando reconhecidamente pobres, à custa do governo imperial.
Para fiscalização dos trabalhos do novo estabelecimento, foi designado o conselheiro de Estado Miguel Calmon du Pin e Almeida, o marquês de Abrantes, que exerceu a mesma função de comissário do governo em relação do Instituto dos Surdos-Mudos, criado em 1856. Com sua morte em 1865, assumiu o lugar Couto Ferraz, que deixara o cargo de secretário de Estado, substituído em 1885 pelo conselheiro Antonio Cândido da Cunha Leitão e, em 1888, por Joaquim Antônio Fernandes de Oliveira (BRASIL, 1898, p. 61).
O curso do instituto teria a duração completa de oito anos. Nos três primeiros eram ministradas as matérias de leitura, escrita, cálculo até frações decimais, música, e artes mecânicas, adaptadas à idade e força dos meninos. No quarto ano seria ensinado gramática, francês, aritmética, princípios elementares de geografia, música e ofícios mecânicos. Do quinto ano em diante, além dessas matérias, haveria geometria plana e retilínea, história e geografia antiga, média e moderna, e leitura explicada dos Evangelhos. Finalmente, no último ano o estudo limitava-se à história e geografia nacional, ao aperfeiçoamento da música e dos trabalhos mecânicos (BRASIL, 1889).
Pela decisão n. 242, de 18 de dezembro de 1854, o instituto teve seu regimento interno aprovado. Ficava determinado que os alunos fossem separados por sexo nas aulas, oficinas, recreação e passeio. As classes também seriam classificadas em relação à idade dos alunos: dos 6 aos 10 anos, dos 10 aos 14 e maiores de 14. O instituto contava com recursos provenientes das pensões anuais pagas por seus alunos, do subsídio do Tesouro Público, aprovado pelo Legislativo, e das doações recebidas (BRASIL, 1854, p. 270). Concluindo o processo de organização do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, o decreto n. 2.410, de 27 de abril de 1859, estabeleceu os vencimentos e regulou as acumulações e substituições de seus empregados.
Em virtude de Benjamin Constant Botelho de Magalhães (Niterói, 18 de outubro de 1836 — Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1891) militar, engenheiro, professor ,  ter permanecido por longos anos à frente desta instituição, em 1890 o governo provisório da recém-proclamada República renomeou a como Instituto Benjamin Constant - que, apesar de inativo em alguns períodos, permanece em franca atividade até os dias atuais
• (1880) O Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do Mundo, com mais de 26 mil km.
R.: Graças ao Visconde de Mauá  com a Estrada de Ferro Mauá, a primeira do Brasil., cuja “ a construção de um trecho de 14 quilômetros de linha férrea entre o porto de Mauá, na baía de Guanabara, e a estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de Janeiro, a primeira no Brasil. No dia da inauguração (30 de abril de 1854), na presença do imperador e de autoridades, a locomotiva, posteriormente apelidada de Baroneza, em homenagem à esposa de Mauá, percorreu em 23 minutos o percurso”.
Depois vieram os ingleses que em 9 de fevereiro de 1855, o Governo Imperial firmou contrato com o engenheiro britânico Edward Price para a construção da primeira seção de uma estrada de ferro que visava promover, a partir do Município da Corte (a então cidade do Rio de Janeiro), uma completa integração do território brasileiro sobre trilhos”.
A seguir com a Recife & São Francisco Railway Company, Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II, sob a direção de Christiano Benedicto Ottoni, São Paulo Railway (depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí),
• A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano, quanto para falar mal do nosso Imperador.
R.: Não tinha como controla-la e estava pouco se ligando em ser chamado de Pedro Banana nessa Nação de “ raças inferiores e que não tinha futuro graças a miscigenação entre pretos, pardos e mestiços estéreis e degenerados, o Brasil estaria fadado ao fracasso e ao desaparecimento de toda a população, sendo que a única solução para o país seria a imigração de europeus, que, para ele, faziam parte de uma raça superior, como afirmava seu grande amigo e companheiro de viagem Arthur de Gobineau”, um dos filósofos que influenciaram o Nazismo.
• O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.
R.: Relembro a dotação orçamentária. Ninguém até hoje provou outra fonte de renda de Dom Pedro II sem ser ela, ninguém.  
• Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.
R.: Um citação ridícula porque abolida foi a Imperial Guarda de Honra (1822-1831), mas o Regimento continuou a existir na forma do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG) que “ participou dos principais momentos da História do Brasil, dentre eles a Independência do Brasil, a Guerra Cisplatina e a Proclamação da República. A origem do dístico histórico do Regimento é a solicitação pelo Marechal Deodoro da Fonseca de um cavalo, por ocasião da Proclamação da República. Neste evento o Alferes Eduardo José Barbosa entregou o baio de nº 6, sobre o dorso do qual o Marechal extinguiu o Império. Assim, historicamente, o Comandante do 1º RCG monta, tradicionalmente, um cavalo baio, identificado como o de nº 6.

• Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.
R.: O Imperador Habsburgo e Bragança do exótico Império Tropical. Faça-me o favor.
• D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente.
R.: Mentira. Isso nunca foi provado NUNCA. Não passa de uma lenda.
• A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.
R.: Como não governava podia se dedicar a traduções.
• D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.
R.: EIS A PROVA DO QUE EU AFIRMEI. O DINHEIRO NÃO ERA DELE , ERA DOS IMPOSTOS COBRADOS AO POVO BRASILEIRO
• Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.
R.: Pois é ‘ordenou “ seu reflorestamento sob o comando do major Manoel Gomes Archer, que em janeiro de 1862 semeou as primeiras mudas no replantio da floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro”.
Essa Ordenança Imperial se deve a “  crise de abastecimento de água, decorrência do desmatamento da floresta da Tijuca. Só restava vegetação nativa nos topos dos morros e nas encostas mais íngremes. “Os mananciais assorearam-se e, sem ter as copas das árvores para amortecer a queda dos pingos de chuva, a erosão do solo aumentou muito, carreando barro para os córregos e rios, fazendo chegar aos chafarizes da cidade uma água cada vez mais turva, cheia de impurezas e menos potável”, explica Cunha E Menezes.
Se houve empréstimo era do Governo Imperial e não particular de Pedro de Alcântara, pois “ do ponto de vista político, de projeto do Estado, dois personagens foram fundamentais. Além do próprio imperador, que tomou a decisão política de enfrentar o problema. O ministro dos Negócios, Luís do Couto Ferraz, futuro Visconde de Bom Retiro, foi quem conduziu a questão, de extrema complexidade”.
Fim de papo.
• A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.
R.: Usava roupas gastas porque era casquinha e não investia na Quinta da Boa Vista porque não gastava com um Palácio de Estado Carcomido, apesar de receber recursos para tal, pois amealhava o dinheiro. Quanto a Petrópolis era a casa familiar de Dona Teresa Cristina e com a ‘italiana ‘  as coisas eram diferentes. ( Ler Salões e Damas do Segundo Reinado, de Wanderley Pinho e Exílio e Morte do Imperador, de Lídia Besouchet, esse encomendado por Assis Chateaubriand).
Todo governante no Brasil foi alvo de charges, portanto ele não tem nenhum mérito especial em ‘aguenta-las’.

• D. Pedro II era um Grande Templário amigo pessoal de Don Antonio de Sousa Fontes 50º Grão Mestre da OSMTH Magnum Magisterium
R.: Sei e o que isso importava para o Império do Brasil?
NADA, nadica de nada.

• D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele. Foi o que “roubou” do Brasil!
R.: MENTIRA DA GROSSA...
OS MONARQUISTAS DEVERIAM TOMAR MAIS CUIDADO COM A SUAS FAKE-NEWS , POIS É RIDÍCULO TENTAR PERPETUAR UMA ÁUREA QUE FOI FRUTO DO ESTADO NOVO DE GETÚLIO VARGAS.
LENDO A HISTÓRIA DO II IMPÉRIO COM CUIDADO VEREMOS O PAPEL PÍFIO DE PEDRO DE ALCÂNTARA, TANTO QUE NÃO HOUVE NINGUÉM QUE DEFENDESSE O SEU TRONO QUANDO ELE  FOI DEPOSTO POR UM OFICIAL MENOR ( Major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro encarregado de entregar a D. Pedro II a ordem para o exílio da família imperial).
Termino com:
O imperador mantinha-se “abúlico e fatalista”, escreveu José Murilo de Carvalho no excelente “D. Pedro II”, da coleção “Perfis Brasileiros” (Companhia das Letras). Não era para menos. Dom Pedro d’Alcântara nunca quis ser dom Pedro II.

E assim está escrito.

07/12/2018

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Dom Pedro I& IV, o Herói de Dois Mundos.



O  Paço da Ribeira foi a residência dos reis portugueses durante cerca de 250 anos e sua construção teve início em 1498, por determinação de Manuel I,O Venturoso.


O Paço da Ribeira em Estilo Manuelino dispunha de uma torre abaluartada sobre o rio Tejo, denominada por torreão de Terzi ( Filippo Terzi, arquiteto e engenheiro militar italiano que realizou várias obras em Portugal)  onde os funcionários de El-Rey vigiavam a entrada e saída dos navios do comércio ultramarino no porto de Lisboa.
Havia uma varanda que permitia ao Soberano e a Corte tomar a brisa que vinha do Tejo e ver o movimento das garbosas Naus Portuguesas.  
O senhor Dom Manuel ( que fazia jus ao nome, pois quem não conhece um Manuel português bom de negócio ?), sendo um bom comerciante controlava em pessoa a Casa das Indias, estabelecida no primeiro piso do Paço em um grande espaços destinado a depositar os bens e as ricas e valiosas especiarias que vinham de Além Mar.
A Morada dos Reis que teve sua fachada totalmente modificada e que foi ampliada com novos pisos, graças as obras ordenadas pelo soberano Espanhol Felipe II, em Portugal Felipe I, que não gostava do Estilo Manuelino.   
“ O Paço da Ribeira ficou associado na História de Portugal a alguns dos seus mais marcantes acontecimentos, sendo decerto o mais notável a sua tomada pela força armada dos quarenta fidalgos portugueses que na célebre manhã do dia 1 de dezembro de 1640, perante o povo em delírio acorrido ao Terreiro do Paço, destronaram sem sangue a Dinastia de Habsburgo, aclamando a de Bragança na pessoa de Dom João IV, o Restaurador, 8.º duque de Bragança, 5º duque de Guimarães e 3.º duque de Barcelos, 7.º marquês de Vila Viçosa,  conde de Barcelos, Guimarães, Arraiolos, Ourém e Neiva, 14º Condestável de Portugal”.
Da famosa Varanda saiu Dom João IV “em complicado e demorado cerimonial hierárquico para o Terreiro defronte aonde, diante da Nobreza, do Clero e do Povo de Portugal, jurou manter, respeitar, e fazer cumprir os tradicionais foros, liberdades e garantias dos Portugueses, violados pelo seu antecessor estrangeiro”.
Glorioso Paço da Ribeira que viu Portugal se tornar o maior dos Impérios Transcontinentais  do planeta e assistiu ao juramento do Rei Restaurador.
Veio um terremoto.
Em 1 de novembro de 1755, feriado do Dia de Todos-os-Santos,  a terra tremeu sob Lisboa.
“O resultado foi a destruição quase completa da cidade de Lisboa, especialmente na zona da Baixa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. O sismo foi seguido de um maremoto e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos e os sismólogos estimam que o sismo atingiu magnitudes entre 8,7 a 9 na escala de Richter”
O altaneiro Paço da Ribeira não resistiu e veio abaixo “ e se perderam para sempre os incalculáveis tesouros de arte - centenas delas , incluindo pinturas de Ticiano, Rubens e Correggio ( pintor da Renascença italiana, contemporâneo de Leonardo e Rafael Sanzio, com obras nos principais museus de todo o mundo)- 70 mil volumes da Biblioteca Real, o precioso Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica e outros documentos antigos, enfim um recheio ali acumulados ao longo de duzentos e cinquenta anos, período correspondente ao apogeu do poder e da riqueza portuguesa no mundo, nomeadamente dos reinados de D. Manuel I e de D. João V”.
Dom José I e os seus não estavam em casa, pois estavam aproveitando o feriado religioso  em Santa Maria de Belém, nos arredores de Lisboa, segundo alguns no Mosteiro dos Jerónimos, mas enquanto o prático Marques de Pombal bradou a celebre frase "E agora? Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos" e partiu para reconstrução da Capital do Império, Sua Majestade Fidelíssima pela graça de Deus  Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc., ficou tomado de grande medo e se recusou a morar em “ edifícios construídos "em pedra e cal"”.




Qual a solução?
Na Quinta de Cima, uma das três quintas adquiridas em 1726 por D. João V na zona de Belém-Ajuda, com projeto de Giovanni Carlo Sicinio Galli da Bibbiena, arquiteto italiano, foi construído um palácio de madeira, “mas que tinha  algumas partes inferiores em alvenaria”.
Foi denominado de A Real Barraca e passou a ser residência oficial dos reis de Portugal e sua Corte.
No reinado de Dona Maria I a Rela Barraca pegou fogo na madrugada de 11 de novembro de 1794, e a Família Real se muda para o Palácio de Queluz.
“ O Palácio Nacional de Queluz é uma construção do século XVIII na cidade de Queluz , concelho de Sintra, hoje distrito de Lisboa. Um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó erguidos na Europa. Foi construído como um recanto de verão para Dom Pedro de Bragança, que viria a ser mais tarde marido e rei consorte de sua sobrinha, a rainha Dona Maria l, sob o nome de Dom Pedro III.”
“A construção do Palácio iniciou-se em 1747, tendo como arquiteto Mateus Vicente de Oliveira,  Manuel Caetano de Sousa, e do joalheiro e ourives francês Jean-Baptiste Robillon. Os traços arquitetônicos salientam os estilos barroco, rococó e neoclássico. Apesar de ser muito menor, é chamado frequentemente de "o Versalhes português"”.
Foi residência de Dona Maria I, de Dom João IV, como Príncipe - Regente, até a transmigração da Capital do Império para o Rio de Janeiro e a partir de 1826, o palácio lentamente deixou de ser o predileto pelos soberanos portugueses.



 Palácio de Queluz

Mas, por que o Palácio de Queluz entra nessa História?
Porque foi nele que nasceu Dom Pedro I Imperador do Brasil e Rei de Portugal sob o nome de Dom Pedro IV.
Foi construído no Palácio o Quarto de Dom Quixote entre 1759-1774 segundo o projeto de Jean-Baptiste Robillon que em  sua decoração utilizou oito colunas para sustentar um belíssima  cúpula de teto, um jogo de espelhos e ornatos em talha dourada e pasta de papel, que nos criam a ilusão de espaço circular.
O teto contém uma tela central cujo tema é "Alegoria à Música" do grande pintor de tetos José António Narciso (1731-1811).
Neste quarto o revestimento em soalho de madeira, com dois tons, tem composição circular em harmonia com a forma do teto, e foi terminado em 1771.
As oito pinturas das paredes contém cenas da vida de Dom Quixote de la Mancha, de Cervantes, e são atribuídas ao pintor Manuel da Costa (1755-1820).
Esta tela e todas as restantes desta sala foram refeitas em 1940 pelo pintor Fernando Mardel.
Neste quarto  nasceram os filhos de Dom João VI e de Dona Carlota Joaquina.


Dom Pedro em seu leito de morte em 1834
por José Joaquim Rodrigues Primavera

No dia 24 de setembro de 1834 morria o príncipe Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, Sua Alteza Imperial, o Duque de Bragança,  no Quarto Dom Quixote do Palácio Real de Queluz, o mesmo em que nascera na  manhã de 12 de outubro de 1798, portanto com 35 anos.
Quem era essa príncipe?
Um membro da Casa de Bragança.
Seus pais eram o senhor Dom João, então Príncipe do Brasil e Herdeiro do Trono de sua augusta mãe Dona Maria I, o futuro Dom João VI, e Dona Carlota Joaquina, futura Imperatriz Titular do Brasil, e Rainha consorte do Reino Unido de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. , nascida infanta  de Espanha por ser filha do rei Carlos IV de Espanha e sua esposa Maria Luísa de Parma.
Como filho e herdeiro do Príncipe do Brasil recebeu o Titulo de Príncipe da Beira após a morte de seu irmão mais velho Dom Francisco António Pio de Bragança, nascido em 21 de Março de 1795  e falecido em 11 de Junho de 1801, com 6 anos.
Existe uma Maldição sobre a Família Imperial e Real de Bragança que é a seguinte:
Maldição dos Braganças é citada em diversas crônicas.
A "maldição" ter-se-ia iniciado no reinado de D. João IV de Portugal, no século XVII, quando o monarca teria agredido um frade franciscano aos pontapés após este ter-lhe implorado por esmola. O frade, em resposta, rogou uma praga ao rei, dizendo que jamais um primogênito varão da família dos Braganças viveria o bastante para chegar ao trono.
De fato, a partir de então, todos os primogênitos varões daquela dinastia morreram antes de reinar.
Um século após a maldição, Dom João VI e Dona Carlota Joaquina, tentaram revertê-la, fazendo visitas anuais aos mosteiros franciscanos de Lisboa e do Rio de Janeiro, sem resultados, no entanto. Coincidentemente, com raras exceções, os primogênitos dos ramos reais da Dinastia de Bragança apenas deixaram de morrer quando a família perdeu a soberania tanto em Portugal quanto no Brasil.
Lista dos que morreram:
Em Portugal
D. Teodósio (1634–1653) – primogênito do próprio Dom João IV, morto aos dezenove anos de idade, deixou a sucessão da coroa a seu irmão D. Afonso VI, o qual, morrendo sem descendentes diretos, transmitiu a coroa a seu irmão Dom Pedro II;
D. João (1688) – primeiro príncipe deste nome, primogênito de D. Pedro II, abriu caminho ao trono para o segundo João, que reinou como D. João V;
D. Pedro (1712–1714) – primeiro varão de Dom João V, irmão mais velho do rei Dom José I. Este teve apenas filhas, da qual D. Maria I, a primogênita, assume o trono;
D. José (1761–1788) – primogênito de D. Maria I e do rei D. Pedro III, dando lugar, após sua morte, ao futuro rei D. João VI;
D. Francisco António (1795–1801) – primogênito de Dom João VI, morreu aos seis anos de idade, abrindo caminho para o futuro D. Pedro IV;
D. Miguel (1820) – primogênito de D. Pedro IV, abrindo caminho para a ascensão de D. Maria II ao trono português e de D. Pedro de Alcântara ao trono brasileiro;
D. Luís Filipe de Bragança (1887-1908) – primogênito do rei D. Carlos I, assassinado juntamente com seu pai, em 1 de fevereiro de 1908. O crime precipitou a queda da monarquia portuguesa, em 5 de outubro de 1910.
No Brasil
D. Miguel (1820) – primogênito de D. Pedro I, abrindo caminho para a ascensão de D. Pedro II ao trono brasileiro e de D. Maria da Glória ao trono português.9



A maldição continuou a agir até mesmo após a separação dos tronos do Brasil e de Portugal (1822):
D. Afonso Pedro (1845–1847) – primogênito de D. Pedro II, morreu em 1845 com menos de dois anos de idade, fazendo herdeira sua irmã D. Isabel. Muitos apontam a falta de um herdeiro masculino como uma das causas pela queda da monarquia no Brasil, pelo que a ascensão de um aristocrata estrangeiro, ainda que consorte da futura imperatriz, acirrava ânimos nacionalistas.
Isso posto, continuemos...
Em 1807, Dom João diante da sanha de Napoleão I, imperador dos Franceses, rei de Itália, Protetor da Confederação do Reno, mediador da Confederação Suíça, co- príncipe de  Andorra, que queria porque queria varrer tanto Portugal do mapa, quanto a Família Real de Bragança da face da terra, pensou em mandar Dom Pedro, o príncipe da Beira, para o Brasil, para ser mais preciso para Belém do Grão- Pará, a capital do Estado do Grão Pará e Maranhão, com uma pequena Corte e com o Titulo de Condestável do Brasil, “ como meio de garantir o Brasil para sua Dinastia”.
Todavia a ideia foi abortada.
E a Família Real acabou vindo toda, de mala e cuia, para o Rio de Janeiro.
Dom Pedro tinha apenas 9 anos.
Os realistas de plantão gostam de afirmar que na tormentosa travessia pelo mares daquém mar o senhor dom Pedro leu a Eneida de Virgílio, bem yo creo como si fuera verdade.
Dom Pedro era um belo de um inculto, porque não dizer ignorantão pretensioso.
Foi criado como uma cavalinho solto no pasto, logo não tinha limites. Era  impulsivo, não tinha o menor autocontrole, não media as consequências de seus atos, e seu pai “ jamais permitiu que alguém o disciplinasse”.
Era o Herdeiro do Trono e Dom João VI via nele além de uma grande audácia, uma astucia igual a sua, uma invejável sagacidade, e um espirito perspicaz.
Herdou da família da mãe, os Bourbon de França que na Espanha passaram a ser Los Borbones, La Casa de Borbón, uma sexualidade exacerbada, se deitando com qualquer mulher que para ele se oferecesse.
Nos terrenos da Paço Real da Quinta da Boa Vista, nas quebradas do Terreiro do Paço ou Largo do Carmo, no Cais que lá se encontrava onde a malta de arruaceiros ( inclusive os capoeiras ilegais), os desordeiros, os desocupados, os vagabundos e marafonas se reuniam para a galhofa e bebedeira, lá estava o senhor Dom Pedro vestido com calças brancas de algodão, uma jaqueta listrada também de algodão, um chapéu de palha com abas largas, acompanhado pelo seu fiel áulico Francisco Gomes da Silva, o conhecido Chalaça.
Femeeiro como seu trisavô o senhor Dom João V, apelidado de "o Magnânimo" por gastar a larga o ouro do Brasil, o pai dos Meninos da Palhavã, e que até de uma freira teve filho, Madre Paula de Odivelas nome religioso de Paula Teresa da Silva e Almeida, Dom Pedro teve ‘filhos na rua”, como diria minha avó, que foram:
1-     Da dançarina francesa de cabaré Noémi Thierry, teve uma criança natimorta;
2-     Com Maria Benedita de Castro Canto e Melo, Baronesa consorte de Sorocaba , irmã da Marquesa de Santos= Rodrigo Delfim Pereira , * Rio de Janeiro, 4 de novembro de 1823 – + Lisboa, 31 de Janeiro de 189,  um diplomata brasileiro;
3-     Com Domitila de Castro Canto e Mello, Marquesa de Santos=
a-      Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Sua Alteza a Duquesa de Goiás, *Rio de Janeiro, 23 de maio de 1824 — + Murnau am Staffelsee, 3 de novembro de 1898, casou com Ernesto José João Fischler de Treuberg, 2º conde de Treuberg e barão de Holsen, com descendência;
b-     Pedro de Alcântara Brasileiro = * Rio de Janeiro 7 de dezembro de 1825 – + Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1825;
c-     Maria Isabel de Alcântara Brasileira, Sua Alteza a Duquesa do Ceará, não há registro desse Título = *Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1827 — +Rio de Janeiro, 25 de outubro de 1827;
d-     Maria Isabel de Alcântara Bourbon, Condessa consorte de Iguaçu, casou com Pedro Caldeira Brant, primeiro e único conde de Iguaçu. Com descendência.
4-     Com Henriette Josephine Clemence Saisset, modista, casada com Monsieur Pierre Saisset, cabelereiro:
I-                  Pedro de Alcântara  Brasileiro = * Rio de Janeiro,  28 de agosto de 1829- + 1902. “ Ele trabalhou em diversos empreendimentos de negócios nos Estados Unidos, onde serviu como agente consular da França por mais de três décadas”.

Fora os filhos com Dona Leopoldina do Brasil.:
1-     Dona Maria II , Rainha de Portugal
2-     Dom Miguel, Príncipe da Beira
3-     Dom João Carlos, Príncipe da Beira
4-     Dona Januária Maria Joana Carlota Leopoldina Cândida Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, Princesa do Brasil, Condessa consorte de Áquila por seu casamento com o príncipe Luís Carlos, Conde de Áquila e filho do rei Francisco I das Duas Sicílias. Com descendência;
5-     Dona Paula Mariana Joana Carlota Faustina Matias Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga , Princesa do Brasil, morreu o de meningite ou de malária aos 9 anos;
6-     Dona Francisca Carolina Joana Carlota Leopoldina Romana Xavier de Paula Micaela Rafaela Gabriela Gonzaga , a celebre Chicá, Princesa do Brasil, Princesa consorte de Joinville por seu casamento com o Almirante Francisco Fernando Filipe Luís Maria, Príncipe de Joinville.  Com descendência ;
7-     Dom Pedro II do Brasil.

Com Dona Amélia de Leuchtenberg, nascida Amélia Augusta Eugênia Napoleona (Milão, 31 de julho de 1812 – Lisboa, 26 de janeiro de 1873) Imperatriz Consorte do Império do Brasil. Era filha de Eugênio de Beauharnais, portanto neta de sangue da Imperatriz Josefina, e neta adotiva de Napoleão Bonaparte, Imperador dos Franceses, etc.  e  de sua esposa a princesa Augusta da Baviera, Duquesa de Leuchtenberg, filha do Rei da Baviera, Maximiliano I José e da Rainha Maria Guilhermina de Hesse-Darmstadt:

I – Dona Maria Amélia Augusta Eugênia Josefina Luísa Teodolinda Heloísa Francisca Xavier de Paula Gabriela Rafaela Gonzaga, nascida e, Paris, 1 de dezembro de 1831 e falecida no Funchal, 4 de fevereiro de 1853, cognominada "A Princesa Flor, “ após a declaração da maioridade de dom Pedro II, em 1840, que passou a defender o reconhecimento de mãe e filha como membros de sua família. Aureliano Coutinho, o Visconde de Sepetiba, Ministro dos Negócios Estrangeiros na época, pediu o reconhecimento junto ao Senado Imperial, o que ocorreu em 5 de julho de 1841, foi considera Sua Alteza a Princesa do Brasil”.

Como vemos o senhor Dom Pedro I era mui dado as mulheres.
Super ativo não deixava para amanhã a cama que podia se deitar hoje.
Como bom boêmio gostava de cantar, de tocar violão, e no Paço ou casa de família o piano.
Era valente e não levava desaforo para casa.
Era limpinho, pois tomava banho todos os dias.
Quando seu pai voltou para Portugal lhe colocou como Príncipe Regente do Reino do Brasil, mas sempre lhe aconselhando:
"Pedro, se o Brasil for se separar de Portugal, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros.”
Essa frase famosa de Dom João IV, o maior dos monarcas luso afro brasileiro, tinha um sentido que só com muita perspicácia de compreende.  
O senhor Dom João VI não queria voltar para Lisboa de jeito nenhum.
O senhor Dom João VI tinha um senso de dever para com a sua Dinastia, a Dinastia Real de Bragança, que muitos poucos soberanos tinham em relação a suas, tanto que para salva-la embarcou as carreiras para o Brasil, enfrentando o Mar Tenebroso.
O senhor Dom João VI não queria perder nem Portugal Continental, nem o Brasil, nem nenhum domínio de seu Império Transcontinental.
O senhor Dom João VI sabia que se Dom Pedro fosse para Portugal seria encolhido pelos movimentos políticos que pululavam por lá.
O senhor Dom João VI sabia que com ele seria diferente, apesar dos pesares.
O senhor Dom João VI sabia que para sua garantia não podia tirar  Dom Pedro da Linha de Sucessão ao Trono.
O senhor Dom João VI sabia que podia usar de sua sabia politica de não se comprometer nem com A, nem com B, para sobrevier.
O senhor Dom João VI tinha em mente que  o pequenino e rebelde Portugal Continental não sobreviveria com a dignidade de outrora sem o Brasil, afinal o grande comercio brasileiro passava pelas Praças Portuguesas, apesar da abertura dos portos a Nações Amigas, leia-se Inglaterra.
O senhor Dom João VI sabia que os portugueses daquela época só podiam se dar bem no Brasil, como aconteceu até a II Grande Guerra Mundial.
Dom Pedro I &IV , não sei como, nem de que maneira, sabia tudo que seu augusto pai sabia ou tinha em mente.
Ficou firme.
Não admitia ver sua autoridade rebaixada, muito menos ser desrespeitado, pois tinha consciência que era um Príncipe de Sangue Bragança, filho e herdeiro de Reis, tanto que enfrentou com altives o revoltado Tenente - General Jorge de Avilez Zuzarte de Sousa Tavares, 1.º Visconde do Reguengo e 1.º conde de Avilez, “ que em 5 de julho de 1821, como comandante das tropas no Rio de Janeiro, dirigiu o ultimato ao Príncipe D. Pedro para que jurasse as bases da Constituição, demitisse o conde dos Arcos e nomeasse uma junta governativa. Em Outubro, exigiu novamente a D. Pedro que anunciasse publicamente sua adesão às decisões das Cortes reunidas em Lisboa. D. Pedro acatou e decidiu-se, num primeiro impulso, a regressar à Europa. Mas em Janeiro de 1822 declarou publicamente que tinha decidido ficar no Brasil, fato conhecido como o Dia do Fico. Jorge de Avilez demitiu-se do governo das armas e, com receio de um ataque das tropas brasileiras, recuou para a Praia Grande, em Niterói, que fortificou, mas acabou expulso pelo Príncipe Regente.”
Dona Leopoldina do Brasil nunca perdoou ao General Avilez pela morte de seu filho Dom  João Carlos Pedro Leopoldo Borromeu de Bragança.
A família do Príncipe Regente teve “que abandonar rapidamente a cidade com destino a Fazenda Real de Santa Cruz para se protegerem de Avilez,  General- Comandante das tropas portuguesas acantonadas no Rio de Janeiro, e o pequeno Príncipe , por causa dessa fuga, veio a falecer no dia 04.02.1822 o pequenino Príncipe Dom João Carlos nascido em 06.03.1821, tinha portanto com 11 meses e dois dias.”
Dona Leopoldina sabia o que era de fugir de seu Palácio para salvar a sua pele.
Os Habsburgos tiveram  que fugir de  Viena da Austria para todos não caírem prisioneiros do General Napoleão Bonaparte, que acabou virando Imperador dos Franceses e cunhado da Imperatriz do Brasil , pois casou com sua irmã mais velha Maria Luiza.
Dom Pedro I tinha consciência que era Herdeiro do Milenar Trono Português, mas não sabia quando e como iria ocupa-lo.
Ficou no Brasil.
Mas suas vistas estavam voltadas para Portugal.
“ A ideia de abdicar do trono brasileiro e voltar para Portugal começou a tomar sua mente e, a partir de 1829, Pedro falava a respeito frequentemente.”
Mas, a velha raposa sabia das coisas e em “dia 6 de março de 1826, Dom João VI, doente, nomeou uma regência presidida pela infanta D. Isabel Maria de Bragança , de vinte e cinco anos, a qual vigoraria, mesmo com a morte do rei, até que o legítimo herdeiro e sucessor da Coroa aparecesse. Ela foi regente de Portugal até 26 de fevereiro de 1828.”
Dom João VI morreu quatro dias depois do decreto de Regência em Lisboa no dia 10 de março de 1826.
Dom João VI foi assassinado.
“ Recentemente uma equipe de pesquisadores exumou o pote de cerâmica chinesa que continha as suas vísceras. Fragmentos do seu coração foram submetidos a análises, que detectaram uma quantidade de arsênico suficiente para matar duas pessoas, confirmando as suspeitas de que o rei foi em verdade assassinado”.
Dom Pedro foi aclamado "Sua Majestade Fidelíssima, D. Pedro IV, Rei de Portugal e Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.”
“ Dom Pedro, depois de proclamado Rei de Portugal, em 29 de abril outorgou aos portugueses uma constituição livre, a Carta Constitucional”.
Soberano em Portugal  e Império de 10 de março de 1826 até 2 de maio de 1826, dia em que abdicou em sua filha mais velha, Dona Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança.
Dona Maria da Glória era um  Princesa da Casa Real de Bragança  nascida no Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves, portanto podia ser Rainha de Portugal por ser portuguesa, uma portuguesa  nascida no Brasil, pois nasceu em 4 de abril de 1819 no Paço de São Cristóvão, cidade do Rio de Janeiro, Brasil, sob o título de Princesa da Beira .
Dom Pedro II não poderia já que nasceu depois da Independência no 2 de dezembro de 1825 e foi por isso que Dom Pedro I abdicou nele o Trono Imperial do Brasil.
Dona Maria da Gloria foi para Lisboa, mas a coisa por lá desandou.
Dom Miguel, irmão de Dom Pedro, e marido prometido a Dona Maria da Gloria não casou com ela e lhe tomou o trono.
Voltou Dona Maria para o Brasil  em 30 de agosto de 1829 para o Rio, chegando a 16 de outubro.
Aqui, também, a situação  estava desandando.
E aconteceu a “ Noite das Garrafadas que envolveu os  portugueses que apoiavam D. Pedro I e brasileiros que faziam oposição ao imperador - foi um dos principais acontecimentos do período imediatamente anterior à abdicação do monarca, em 13 de março de 1831”.
Numa carta simples:
"Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho o Senhor D. Pedro de Alcântara.
Boa Vista, 7 de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do Império."
Pedro
Para sua segurança o Imperador renunciante embarca no navio inglês HMS Warspite, acompanhado da Imperatriz Dona Amélia, gravida de três meses,  e de  Dona Maria da Gloria, a Rainha de Portugal.
Os ânimos estavam serenados na Mui leal Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e um Pedro de Alcântara em mangas de camisas, tamancos, lenço amarrado na cabeça, como um bom português de mudança de antanho, passou a organizar sua bagagem para ser embarcada na  fragata HMS Volage, enquanto Dona Maria da Gloria seguiu na corveta francesa La Seine rumo a Europa.
Deixou José Bonifácio, com quem se reconciliara pouco tempo antes, como tutor dos filhos Dom Pedro, Dona Januária (com nove anos), Dona Paula (8 anos) e Dona Francisca (7 anos).
“ Na Europa, D. Pedro , agora Duque de Bragança, empreende uma luta contra seu irmão, D. Miguel, a fim de assegurar para a filha Maria da Gloria o Trono português, o qual ela tinha Direito”.
Andou de Paris a Londres em busca de apoio.
Antes de partir para os Açores, no porto diante de “mais de  duzentas pessoas que haviam ido lhe desejar boa sorte” se ajoelhou aos pés de filha Rainha e exclamou alto:
"Minha senhora, aqui estás um general português que irá manter os seus direitos e restaurar sua coroa".
Foi uma choradeira sem fim.
Dos Açores, leal a Dona Maria, partiu para a Cidade do Porto , onde entrou sem oposição no dia 9 de julho de 1832 .
Aconteceu o “ Cerco do Porto de julho de 1832 a agosto de 1833, as tropas liberais de Dom Pedro estiveram sitiadas pelas forças realistas fiéis a Dom Miguel”.
“ Vendo o seu exército batido, Dom Miguel, que seguia o combate do alto do Monte de S. Gens na Senhora da Hora, atirou ao chão o óculo que empunhava, irritado com a derrota, quando contava com uma vitória estrondosa.”
No dia imediato, D. Pedro partiu para Lisboa, ocupada já pelas tropas de Dom António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha, 7.º Conde de Vila Flor, 1.º Marquês de Vila Flor e ainda 1.º Duque da Terceira com Honras de Parente ( de Sua Majestade o Soberano) , com os navios do Almirante inglês Charles John Napier, que tinha ,adotado o nome de Carlos de Ponza para não perder a sua patente na armada inglesa por combater no estrangeiro sem licença do seu Governo, no comando da Armada Portuguesa,  ancorados no Tejo.
Napier foi elevado a visconde do Cabo de São Vicente por decreto de 10 de agosto de 1833, e o de conde do Cabo de São Vicente por decreto de 7 de dezembro de 1842, ambos criados por Dona Maria II.
“ Dom Pedro sempre gozou de saúde forte durante toda sua vida, exceto por surtos de epilepsia não muito frequentes, porém a guerra minou sua constituição e por volta de 1834 ele estava sofrendo de tuberculose”.
Dom Pedro  morreu às 14h30min do dia 24 de setembro de 1834 após uma longa e dolorosa doença e conforme seu pedido, seu coração foi colocado na Igreja da Lapa no Porto, enquanto seu corpo foi inicialmente enterrado no Panteão da Dinastia de Bragança na Igreja de São Vicente de Fora, Lisboa.
José Bonifácio, que havia sido removido de sua posição de Tutor do Príncipes Imperiais , escreveu a elas:
"Dom Pedro não morreu. Apenas homens ordinários morrem, heróis não".
E assim se conta a História de um Herói de Dois Mundos.




quarta-feira, 14 de março de 2018

128 conversa - Reforma Petrinas


Durante os 15 meses de estadia no estrangeiro, Pedro aprendeu muito, se educou muito, mas para levar a civilização ocidental a sua corte, ao clero, aos boiardos, aos militares, ao povo em geral, teve que tomar medidas drásticas, pois os velhos costumes tinham que ser abandonados.
O trabalho de Pedro era insano, já que tinha que incutir em uma população dispersa por um vasto território uma máxima filosófica que é “existência precede à essência”, pois, tinha que ensinar um novo mode de viver, um novo modo de vida, a um povo cuja essência estava, e está ligada à sua origem centenária, agora milenar.
Em tempos de Pedro ainda não havia na população russa espalhada pelo vasto território um sentimento de Nação, de nacionalidade, porque ela era composta de pessoas de várias etnias.
Isso sem falar do boiardos, grandes latifundiários desde priscas eras, que não queriam abrir nem mão de seus hábitos, para eles hábitos divinos, nem de seus grandes privilégios, queriam porque queriam manter o Status Quo.
Na gravura russa abaixo vemos que ela retrata boiardos do século XVI e do século XVII, ora Pedro iniciou suas Reformas em 1696 indo até 1725, portanto exatamente na época que a gravura indica.





Não creio que na Europa Ocidental a nobreza, a burguesia, ou o povo, se vestisse dessa maneira, com roupas da época do Rus' de Kiev, dos séculos IX ao XIII, com influência dos mongóis da Invasão Mongol de 1238, pois não?


Proclamação por Luis XIV, rei de França e de Navarra, de seu neto Filipe de Anjou como rei de Espanha em 16 de novembro de 1700.

As Reformas Petrinas foram assim divididas:
1.       A mudança da capital de Moscou para São Petersburgo;  
2.       Reforma da Autocracia;
3.       A Política Social: Nobreza, Servos e População Livre Urbana;
4.       Reforma da Administração Pública e o controle sobre as atividades dos funcionários públicos *;
5.       Reforma Regional;
6.       Reforma do Judiciário;
7.       Reforma militar **;
8.       Reforma da Igreja e a Reforma religiosa;
9.       Reforma Financeira;
10.   Mudanças na Indústria e Comércio;
11.   Educação e Cultura.

1-A mudança da capital de Moscou para São Petersburgo


Pedro, o Grande, em seu leito de morte.
1725
Ivan Nikitich Nikitin
Museu Russo de Arte de São Petersburgo.
A Rússia não podia deixar de ter um porto acessível para as Nações amigas, mas não tinha.
Com as marchas e démarches a Rússia conquistou um acesso ao Mar Báltico, naquela altura um local básico para seu desenvolvimento.
Pedro se apossou do território que estavam em mãos do Império Sueco, na planície de Prinevskaya, mais detalhamento no Delta da Neva, na costa da Baía de Neva adjacente à foz do rio Neva, no Golfo da Finlândia, esse que faz parte do Mar Báltico, e suas ilhas.
Elas só passaram a ser da Rússia pelo Tratado de Nystad de 10 de setembro de 1721, que pôs fim a Grande Guerra do Norte entre a Suécia e a Rússia.
Esse Pedro era mesmo marrudo.
Tomou e começou a construção de sua nova capital, fundada em 16 (27) de maio de 1703.
Mandou seu amigo Alexandre Danilovitch Menchikov, o 1º Governador-Geral de São Petersburgo, para lá e ele começou a construção da fortaleza de Pedro e Paulo, na a Ilha de Hare, o núcleo histórico da cidade.
Drenaram os pântanos e a construção da cidade se estendeu de 1704 a 1717.
Mas, o primeiro navio a chegar no local foi “um navio mercante holandês, em novembro de 1703, quando o capitão do navio recebeu como prêmio pela façanha meio quilo de ouro.
1710, os altos funcionários começaram a se mudar para São Petersburgo.
1710, os senadores.
Entretanto em 1712, Pedro a proclama como nova capital do Império Russo e as embaixadas da Grã-Bretanha, França, Holanda, Prússia e Pérsia, são instaladas.
E Pedro, o Grande, acaba morrendo nessa sua nova capital, em seu Palácio de Inverno, o Palácio de Inverno de Pedro, o Grande, no dia 28 de janeiro de [08 de fevereiro] de 1725.

2-Reforma da Autocracia:
Antes de Pedro a sucessão ao Trono não era regulamentada por Lei, e era determinada pela Tradição.
E não se pode ignorar os golpes palacianos que haviam na Rússia para que determinada criatura se sentasse no Trono.
Pedro era gato escaldado e sabia disso.
Em 5 de fevereiro (17) de 1722 Pedro assinou um decreto sobre a ordem de sucessão. O decreto estipulava que caberia ao monarca reinante nomear seu sucessor, e ninguém mais. Muito se diz que esse decreto foi consequência do golpe tentado pelo czarevich Alexei Petrovich e sua mãe Eudóxia Feodorovna Lopukhina, divorciada do Imperador des 1698, contra ele, Pedro. 
Pedro não queria Пётр Алексе́евич, Pedro Alekseevich, o filho do falecido czarevich, portanto, seu neto, subisse ao Trono, mas se pensava assim seu decreto foi em vão já que ele se tornou o imperador e o autocrata de toda a Rússia de 6 (17) maio de 1727 até 19 (30) janeiro de 1730.
Pedro não usou esse Lei, pois morreu sem especificar um sucessor e foi sucedido por sua esposa Catarina I.
O decreto de 5 de fevereiro (17) de 1722 vigorou até o reinado de Paulo I, Павел Петрович Романов, ou Pavel Petrovich Romanov, que reinou de 17 de novembro de 1796 até 23 de março de 1801.
Foi abolido, mas o filho mais velho de Paulo I, Alexandre Pavlovich Romanov, ascendeu ao Trono Imperial no dia seguinte a morte dele, Paulo I, ou seja, em 24 de março de 1801, como Alexandre I, Imperador e Autocrata de Todas as Rússias, Rei da Polônia e Grão-Duque da Finlândia, sem mais ou maiores delongas.

Reforma da Administração Pública e o controle sobre as atividades dos funcionários públicos.
 O primeiro enfoque pode ser incluído na Reforma da Política Social.

O principal objetivo de Pedro I na política social era a definição dos direitos e responsabilidades de cada categoria ou classe na Rússia, dividida em Nobreza, Servos e População Livre Urbana (cerca de 3% da população do país).
Para isso uma nova Estrutura Social precisava se idealizada e montada.
Sabendo que as resistências seriam enormes, mas Pedro e seus homens foram à luta.
Como já falei os setenta (70) boiardos eram um obstáculo.
Para eles, os boiardos, Pedro criou o imposto sobre barbas, já que pela Igreja Ortodoxa a barba era símbolo de reconciliação do Homem com o Divino, e era Tradição usa-las
Na sua Corte não podia haver barbas, pois ele considerava uma pratica arcaica, um símbolo de atraso social, tanto que chegou a cortar algumas de alguns boiardos, por isso está no item Política Social.
29 de agosto de 1698 foi emitido o famoso decreto com o seguinte título traduzido livremente: "Sobre as vestimentas estilo dos alemães, a obrigação de fazer a barba e aparar os bigodes, sobre os dissidentes que não andariam neste traje e não cumprisse a obrigatoriedade da barba iriam sofrer severas consequências”.
A Duma dos Boiardos, naquele momento com setenta (70) membros, foi substituída pelo Senado, eram nove (9) seus membros, foi estabelecido e os senadores tinha a tarefa de: " Examinar todo o estado das despesas do Estado, excluir o que fosse desnecessário ou supérfluo. Economizar o máximo de dinheiro possível, pois, o dinheiro é o sangue que passa pelas artérias das guerras. "


O corte das barbas boiardas

Com um decreto sobre a herança de 1714, Pedro enfraqueceu mais ainda a posição dos boiardos na Sociedade Russa de então, apesar desse “nada modificar em relação a situação dos servos, e que reforçou a opressão terra dos camponeses”.
E tem mais: pela " Tabela de Rangos ", Pedro deu valor a meritocracia e misturou representantes dos boiardos, os da antiga nobreza tribal, com as pessoas elevadas a nobreza pelo serviço prestado a Rússia e ao soberano.
A Tabela de Rangos, Табель о рангах, ou Tabela de Ranks, “era uma lista oficial de quatorze (14) posições hierárquicas nas forças armadas, no governo civil, nos tribunais, e que definia a posição ou status da pessoa que os ocupava.”
Nessas posições podiam ter um ou vários cargos, ou seja, em um rango, ou classificação, havia um só cargo, ou vários cargos, tanto nos militares quanto nos seus equivalentes no governo civil, e na justiça.
Exemplifico:
O Chanceler ao General-Marechal de Campo (General-Field Marshal) e ao Almirante Geral da Frota, e eram tratados com protocolarmente como “Sua Excelência”.
O Real Conselheiro Privado ao General da infantaria ou da cavalaria, ao Almirante e ao Camareiro- chefe, e eram tratados com protocolarmente como “Sua Excelência”.
E assim ia até o decimo quarto rango, que era o de Cadete da Faculdade, jovens que entrevam para a faculdade e isso num sociedade hierarquizada era muito importante, além do que não podemos esquecer os esforços de Pedro para trazer educação e cultura ao Império.
O Cadete de Faculdade se comparava nas forças armadas ao Porta-bandeira, o primeiro grau (júnior) do oficial na infantaria e cavalaria, e não havia equivalente na justiça. O tratamento protocolarmente dispensado a eles era de “Sua Honra”.
Como resultado, passou a existir uma nova estrutura social hierarquizada na qual as propriedades pouco importavam, mas sim o mérito pessoal de cada um.
Essa Tabela sobreviveu até a Revolução Russa de 1917.”
Pedro era um guerreiro, um marinheiro por excelência, gostava da vida militar, por isso beneficiou sobre maneiras autoridades militares declarando-as acima dos funcionários civis e até mesmo judiciais.
Tal benefício proporcionou aos oficiais militares facilidade para ter acesso a chamada Alta Nobreza.
Para tanto criou a Ordem de Santo André, tendo como modelo da Ordem do Espírito Santo do Reino de França, que confere nobreza automaticamente para o agraciado.
Os Quatorze Rangos regularam a nobreza russa, mas estendeu a oportunidade ao russo comum de possuir um “estofo de nobreza” desde que o conquistasse por mérito pessoal.
Muitos se destacaram, pois, em “1914, a nobreza russa era composta por quase 1.900.000 pessoas (1,1% da população), que ocupavam todos os cargos na administração, nas forças armadas e na diplomacia.”
Enfim, essa Tabela de Rangos de Pedro foi modificada através dos tempos.
Com isso o poder dos Boiardos ficou enfraquecido, mas não foram abolidos, pois pessoas de outras classes podiam ser Dignitários do Estado.

A nobreza
A nobreza hereditária poderia ser alcançada pelas seguintes maneiras:
1) por uma discrição especial da autocracia;
2) alcançando um certo grau militar ou civil enquanto estiver em serviço ativo;
3) mediante a concessão de uma certa Ordem do Império Russo;
4) poderia ser dada aos descendentes dos mais famosos nobres pessoais e cidadãos proeminentes.
Entre 1722 e 1845, a nobreza hereditária foi dada a oficiais militares que alcançaram o 14º lugar de bandeira, aos funcionários públicos que obtiveram o 8º lugar de Assessor Colegiado e a qualquer pessoa que recebeu qualquer ordem do Império Russo (desde 1831 года - exceto o Ordem polaca de Virtuti Militari).
Armorial da Nobreza
Pedro mandou organizar o Armorial da Nobreza da Câmara de Heráldica do Senado, em São Petersburgo, dividido em cinco volumes:
1-      o Livro de Príncipes do Império;
2-      o Livro de Condes do Império;
3-      o Livro de Barões do Império;
4-       o Primeiro Livro de Aristocratas sem título hereditário (antes da reforma);
5-      o Segundo Livro de Aristocratas sem título hereditário (depois da reforma).
Pedro introduziu o título de Conde e de Barão.
Títulos:
Na Tabela de Pedro .
Tratamento cerimonial: Majestade, Величество, reservado ao Imperador e Autocrata, e a sua esposa, a Imperatriz.
1-      Император – Imperador:
a.       Pela graça de Deus , a mais excelente e de grande Príncipe Soberano Pyotr Alekseevich, o governante todas as Rússias: de Moscou , de Kiev , de Vladimir , de Novgorod , Czar de Kazan , de Astrakhan e da Sibéria , Soberano de Pskov , Grande- Príncipe de Smolensk , de Tversk, de Yugorsk, de Permsky, de Vyatsky,de  Bulgarsky e de outros dominios, Príncipe -Soberano das Grande das terras Novgorod Nizovsky, de Chernigovsky, de Ryazan , de Rostov , de Yaroslavl , de Belozersky, de Udorsky, de Kondiisky , Soberano de todas as terras do norte, Soberano das Terras da Ibéria,  da Kartlian e de Kartli-Kakheti, das terras Kabardin, dos Príncipes circassianos e das montanha e muitos outros estados, de países ocidentais e orientais daqui e dali.
Tratamento cerimonial: Sua Alteza Imperial.
2-      Czarevich ou Czarevna, царевич или Царевна usado para o herdeiro ou herdeira ao Trono. Podia ser o filho/a bem como o irmão do Imperador reinante no caso desse não ter filhos.
3-      Grão-Duque ou Grã-Duquesa, великий князь или Великая Княгиня, Título de “uso exclusivo da Família Imperial. Os filhos, filhas e netos de um Imperador reinante tinham direito a esse Título, assim como os irmãos e irmãs do Imperador. Os filhos e filhas da segunda geração de Grão-duques são Príncipes ou Princesas de sangue imperial, que recebem o título de Príncipes ou Princesas da Rússia e com o tratamento de Altezas. Essa qualificação prossegue pela primogenitura masculina às gerações subsequentes. Os filhos e filhas das gerações seguintes recebem o tratamento de Alteza Sereníssima”.
Tratamento cerimonial: Ilustre.
4-      Príncipe ou Princesa, Принц или Принцесса, Título transmissível tanto ao sexo masculino, quanto ao feminino. Se crê que na Rússia havia mais de dois mil Príncipes por todo o Império. “Com o tratamento protocolar de Ilustre”.
5-      Kniaz, feminino knyazhna, княжна, e o filho, knyazhich, княжич, a filha de um knyaz é uma knyazhna, княжна. Com o tratamento protocolar de Ilustre”.
Князь continuou como um título hereditário de nobreza russa, os descendentes de Rurik, as famílias como Belozersky, Belosselsky-Belozersky, Repnin, Gorchakov, Galitzine, Troubetzkoy, que eram chamados de príncipes quando governavam pequenos principados medievais, e que na Corte de Moscou foram autorizados a continuar com seus títulos principescos.
Nota: “Raramente esse Título é traduzido como "duque", nas fontes latinas, o título é geralmente traduzido como conde (comes) ou príncipe (princeps).
6-      Príncipe Boiardo- obsoleto e pouco utilizado, mas não revogado. Com o tratamento protocolar de Ilustre”.
7-      Príncipe- criados pelo Imperador.
Com a diminuição do número de famílias dos Príncipes Boiardos a importância desses novos Príncipes Imperiais e aumentada, é reforçada, passam a ser figuras de destaque na Corte Imperial.
“Com o tratamento protocolar de Ilustre”.
Pedro o elevou a Alexander Menshikov a esse rango.
8-      Conde e Condessa– Tão numerosos quanto os Príncipes, gozam de uma boa reputação, são alto funcionários civis e militares, e outras autoridades, bem como protegidos ou protegidas especiais do Soberano.
9-      Barão e Baronesa, Барон и баронесса, “O título de Barão só se conferia na Rússia muito raramente e sobretudo a banqueiros, a grandes industriais de origem estrangeira, e a judeus de alto mérito”.


Retrato anônimo do Barão Peter Pavlovich Shafirov. Domínio público.
O primeiro barão elevado por Pedro I foi Barão Peter Pavlovich Shafirov, nascido em 1669 e falecido em São Petersburgo, num suntuosíssimo palácio, em 1 de março de 1739. Chefiou o correio russo, um cargo muito importante no esquema de Pedro, de 1701 até 1723, como o diretor-diretor geral.


No Império Russo ainda havia a Nobreza não Titulada.
Essa Tabela tirou a inércia dos servidores civis e militares, uma classe preguiçosa mais avida de bens e honras, e criou uma essa Nobreza não titulada, ou a Nobreza sem Títulos, дворянства без названия, “as velhas famílias não titulares eram praticamente inumeráveis”.
O contraponto eram os servos, a posição de servos, que forma assim divididos:
a-      servos dos latifúndios.
b-      dos mosteiros.
c-      do Estado/ governo.
Em alguns trabalhos de origem russa os servos são chamados de campesinos ou agricultores, mas na realidade a Servidão, era o sistema dominava a agricultura da Rússia, portanto o Servo de Gleba, totalmente ligados ao solo onde viviam e trabalhavam, eram parte integrante da propriedade ou latifúndio.
Significado de Servo: s.m. Classe de camponeses conhecidos como servos, ligados ao solo, que surgiu no começo da Idade Média. Socialmente um servo encontrava-se a igual distância de um cidadão livre e de um escravo.
O servo era ligado à terra, e obrigado a efetuar certos pagamentos e serviços ao seu senhor. Sob esse aspecto, não era livre.
Significado de Servidão - s.f. Estado do servo. Privação da independência ou da liberdade.
Cativeiro, sujeição, dependência. Encargo imposto a uma propriedade para proveito ou serviço de outra, como passagem, tirada de água etc.
Sinônimos de Servidão: Cativeiro, dependência.
Legislação Pedro, o Grande, tentou fazer algum abrandamento da servidão, até mesmo a possibilidade de criar uma saída.
A política de classe de Pedro I (a proibição da posse de servos) impediu a introdução do regime de servidão no Norte da Rússia.
Pedro instruiu o Senado, na elaboração de um novo Código que regulasse as formas de tráfico de servos, pois era "o costume na Rússia que os servos, ou suas famílias, fossem vendidos como gado”, porem esse Código não foi avante com a morte dele.
Os servos do Estado, ou camponeses de Estado, era uma classe composta por 19% da população, pela última estimativa de 1858 eles representavam 45% da população, o que dá para compreender bem a Revolução de 1917.
Legalmente foram considerados como "habitantes rurais livres" e por isso pagavam impostos, o que lhes dava condições de comparecer em tribunal, fazer acordos, etc...
Contudo, ao bel prazer do Estado, eles podiam ser concedidos a indivíduos como servos, pratica essa que durou até o reinado de Alexandre I em 1800.
Entretanto, as “Leis relativas aos servos, eram contraditórias”, mas o que se sabe é que sobre eles havia um imposto ou taxa, e mesmo taxas e impostos que eles deviam pagar apesar da situação vexatória, pois Pedro precisava desesperadamente de recursos.
Penso que não preciso dizer mais nada a não ser que a servidão foi abolida na Rússia em 19 de fevereiro de 1861, o imperador Alexandre II, "o Libertador”, decretou o fim do sistema de servidão. Foram libertados, ao todo, 22,5 milhões de camponeses servos, embora a propriedade dos latifúndios tenha sido preservada.
Alexandre II, Imperador e Autocrata de Todas as Rússias, Rei da Polônia e Grão-Duque da Finlândia, foi assassinado em São Petersburgo, 13 de março de 1881, por jovens organização terrorista Vontade do Povo, Nikolai Rysakov, Ignaty Grinevitsky, Ivan Emelyanov.
Por capricho do destino o imperador moribundo foi levado para a mesma sala onde “vinte anos antes, tinha assinado o documento que tinha libertado os servos.”
Libertou um povo e foi morto por membros desse mesmo povo.

População Livre Urbana ou das Cidades:

Termos que ter em mente que as ‘cidades’ russas na época de Pedro eram nada mais, nada menos, do que grandes aldeias, desprovidas de todos os confortos civilizados que nas cidades da Europa Ocidental já haviam sido concebidos e instalados, por isso a população urbana livre não passava de 3% da do Império. 
Em volta do Kremlin pastava vacas, chafurdavam porcos e galinhas eram criadas.
Com intuito de arrecadar impostos e taxas, Pedro dividiu a população citadina em duas partes:
a)       Primeira: A regular, súditos que residiam permanentemente nelas, composta por industriais/ donos de manufaturas, comerciantes, lojas de artesanato, e guildas foram criadas;
b)      Segunda parte: Os que nelas não residiam e foram tratados de maneira especial. Qual? Tenho cá duvidas, por isso não as coloco aqui.

Significado de Guilda: s.f. Durante a Idade Média, em certos países europeus, associação que agregava pessoas que possuíam interesses comuns (comerciantes, artistas, artesãos etc.) com o propósito de oferecer assistência e segurança aos seus membros; hansa.
(Etm. do francês: guilde)
Sinônimo de guilda: hansa, os súditos regulares podiam participar do governo das cidades, já que os governadores nomeados por Pedro foram pari passu substituídos por magistrados eleitos, que estavam incumbidos da cobrança de impostos e funções judiciais, o que acabou gerando os governos municipais eleitos.
O zelo do magistrado era revelado por sua boa ação em termos de recolhimento de impostos e taxas e “zé fini”...
Antes de findar esse capitulo gostaria de relembra:
“O Principado de Kiev, conforme crescia o grau de centralização, o monarca passou a ser chamado de velikiy knyaz (Великий Князь - "grão-príncipe ou grão-duque: fem.: velikaya knyaginya)”.
“Ele governava um Velikoe Knyazhestvo (Великое Княжество) (Grão-Ducado) subdividido em estados vassalos menores (udel, udelnoe kniazhestvo ou volost) governados por um udelny kniaz ou simplesmente kniaz”.
“Quando o Principado de Kiev se fragmentou no século XIII, o título de kniaz continuou a ser utilizado pelos soberanos de Moscou, Kiev, de Chernigov, de Novgorod, de Pereyaslav, de Vladimir-Suzdal, de Tver, da Galícia-Volínia e no Grão-Ducado da Lituânia”.
O Titulo de czar
Quando a monarquia moscovita, москвич монархия, dominou o Velho Estado Russo, o Rus 'de Kiev, o velikii kniaz Ivã IV, ou Ivã, o Terrível, foi coroado Czar de Toda a Rússia em 16 de janeiro de 1547, e com isso o Título Czar foi introduzido para o Monarca de Moscou que, como vemos, se tornou Soberano de Toda a Rússia. 
Czar derivado do título latino de César (César) e é uma herança do Império Bizantino, do Caesar bizantino, pois a Rússia foi convertida pela Igreja Ortodoxa de Rito Grego.
E a nobreza foi, assim, organizados hierarquicamente:
Czar / Czarina (Царь и Царина)
Czarevich / Czarevna (Царевич / Царевна), filhos de Czar.
Czarevich / Czarevna (Царевич / Царевна), parentes do Czar.
Os boiardos, herdeiros do feudalismo primitivo.

Ainda os boiardos.

Os boiardos eram divididos des maneira:
Boiardo Kniaz (Боярин Князь) o mais alto Título de Nobreza.
Boiardo servidor (Боярин и слуга - Boyarin slouga i) é a mais numerosa. Estes são os primeiros conselheiros de Moscou, todos os antigos príncipes soberanos foram incluídos nesta categoria.
Boiardo Armeiro (Боярин и оружейничий - Boyarin oroujyeynitchy i) Boiardos de segunda classe, dedicado ao comando do exército.
Boiardo Marechal (Боярин и конюший - Boyarin koniouchiy i) terceira classe dos Boiardos, dedicado a coudelarias e campos de estado.
Boiardo camareiros (Боярин и дворецкий - Boyarin Dvoretsky i): a menor classe de Boiardo, assuntos governamentais descentralizados.