terça-feira, 6 de janeiro de 2015

101- Conversa - Frederico II, o Caolho, da Dinastia de Hohenstaufen.

                                                 Frederico II, o Caolho, Duque da Suábia.

101- Conversa - Frederico II, o Caolho, da Dinastia de Hohenstaufen.
O Hohenstaufen foram a sexta dinastia para governar a Alemanha e foram relacionados pelo casamento com todas as Dinastias anteriores.
Quero chamar atenção para Frederico II, o Caolho, o segundo dos de Hohenstaufen que foi Duque da Suábia.
Ele era o filho mais velho de Frederico I e Agnes de Waiblingen, portanto um neto de Henrique IV, Imperador do Sacro Império Romano, e Berta de Savóia.
Por parte de pai, Frederico II, era neto de Friedrich von Bueren, ou Friedericus de Boer, considerado o Pai dos Hohenstaufen ou Staufer, portanto descendente por Linha Varonil de Friedrich que em 987 foi Conde em Riesga, em Pon e em Chiemgau, ou seja de uma Casa Condal de Nobreza comprovada.
Sobrinho, por parte de mãe, de Henrique V, Rei da Alemanha (Formalmente Rei dos Romanos) de 1099 até 1125, Rei da Itália de 1098 até 1125, Sacro Imperador Romano de 1111 até 1125, o quarto e último governante da Dinastia Saliana.
Irmão de Conrad, Duque em Francônia, e futuro Rei da Alemanha (formalmente Rei dos Romanos) e Rei de Itália, que nunca foi coroado Imperador Sacro.
Casou com Judith da Baviera, filha do poderoso Henrique IX, o Negro, Duque da Baviera e Wulfhilde da Saxônia, filha de Magnus, Duque da Saxônia e Sophia da Hungria, portanto um membro da poderosa Casa de Welf.
Esse casamento dinástico uniu a Casa de Welf e a Casa dos Hohenstaufen, as duas famílias mais poderosas e influentes na Alemanha de então.
Frederico e Judite tiveram dois filhos:
a-      Frederico I Barbarossa, Imperador do Sacro Império Romano, que casou com Beatrice I, Condessa de Borgonha, com quem teve 12 filhos;
b-      Berta, também conhecida como Judith, da Suábia, que casou com (1123 - 18 de outubro Matthias I, Duque de Lorena, com quem teve sete filhos.

Com todas essas credenciais e por morte de seu tio, Henrique V, o Duque Frederico da Suábia se apresentou na eleição para futuro Rei da Alemanha (formalmente Rei dos Romanos), mas não contava com a forte oposição de Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz.
A família dos Conde de Saarbrücken, tem seu primeiro registro como Conde em Saargau, mais tarde, no condado Saarbrücken, com ramificações na Alsácia, no condado de Zweibrücken e em Leiningen, deram além de Condes, dois Arcebispos de Mainz, dois Abades de Lorsch, bem como um Bispo de Worms e um Bispo de Speyer.
O Papa Paschoal II, que havia recebido um convite do Reichstag para ira até a cidade de Mainz em janeiro 1106 para negociar uma solução para a Controvérsia das Investiduras se recusou a ir, e no Conselho de Guastalla de Outubro de 1106, simplesmente renovou a proibição do Imperador Sacro e Rei dar posse a Bispos, realizar as Investiduras em geral.  
Era a continuação da guerra entre o Papa e o Imperador.
E...O ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, foi um dos nobres que apoiou a deposição de Henrique IV e foi Chanceler de Henrique V, em 26 de dezembro de 1115, recebeu o Arcebispado de Mainz, mas queria mais.
Membro da embaixada a Roma que teve como objetivo tratar da Coroação de Henrique V como Imperador Sacro, bem como buscar uma solução para a Controvérsia das Investiduras. Sem solução.
Um acordo secreto foi assinado entre Henrique V e o Papa Paschoal II, em 04 de fevereiro de 1111, no qual os Bispo tinham que devolver as benesses imperiais que haviam recebido dos Imperadores desde Carlos Magno tanto no território do Império, como na Itália, (ou seja, todos os direitos e privilégios: o imposto sobre a hortelã, legislação aduaneira, mercados livres, domínios de cidades e suas jurisdições, Castelos e terras cultiváveis, entre outros), em troca o Imperador renunciava as Investiduras e consequentemente a posse dos Bispados.
Com Henrique V em marcha para Roma a frente de um magnífico exército, o Papa Pascoal II concordou com o ‘acordão’ e a Coroação foi marcada para 12 de fevereiro de 1111.
Mais, o Papa, apoiado pela Cúria Romana ou Hierarquia da Igreja, pelo povo de Roma, se negou a Coroar Henrique V, ato continuo foi preso e só saiu depois de 61 dias de prisão dura, e de garantir a Coroação Imperial de Henrique, o que se deu na Catedral de São Pedro, em 13 de abril de 1111.  
Com os Alpes entre ele e Henrique, o Papa Pascoal II sancionou as resoluções tomadas pela Hierarquia da Igreja em Latrão de março de 1112, que considerava que o ‘acordão’ foi extorquido pela força, portanto não valia, e uma outra de um Concilio em Vienne, outubro 1111, que excomungava o Imperador.
Por causa da Herança de Matilda de Canossa, La Grancontessa, o Papa e o Imperador entraram em choque e o Papa fugiu de Roma.
Pascoal II retornou após a retirada do Imperador, no início de 1118, mas morreu dentro de poucos dias, em 21 janeiro de 1118.
O Clero Alemão não aceitou os termos do “acordão”, e ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, os liderava.
Adalberto I, então, rompeu com o Imperador, que lhe beneficiou diretamente, por causa da posse do Castelo Imperial de Trifels, construído no alto do Pico Sonnenberg, perto da pequena cidade de Annweiler, localizado bem acima do Vale de Queich , dentro da Floresta do Palatinado, no Palatinado, região do sudoeste da Alemanha, como até hoje se pode ver.
Henrique V acabou aprisionando Adalberto por três anos (1112-1115) sem julgamento, após o Arcebispo ter se recusado a entregar o controle dos bens imperiais que estavam sob seu controle.
O Povo de Mainz não queria seu Arcebispo preso e se revoltou contra o Imperador, que mandou soltar Adalberto.
Usando como pretexto para suas ações a excomunhão de Henrique V realizada por Pascoal II, o ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, tornou-se inimigo figadal de Henrique V e opositor ferrenho de sua família e de seus aliados.
Quando Henrique marchou para a Itália em 1116, Adalberto levantou vários dos princeps contra o Imperador e provocou uma grande confusão.
Para piorar a situação, o novo Papa Calisto II, fez de Adalberto um Legado Papal, ou seja um protegido diretamente do Papa, pois é um representante pessoal do Papa em nações estrangeira.
Furioso, Henrique V atacou Mainz.
Em resposta, Adalberto convenceu a Nobreza a se revoltar.
Houve um acordo de Paz temporária e a 23 de setembro de 1122 com a Concordata de Worms terminou o antigo sistema da Igreja Imperial.
E o ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, agora tinha uma posição de prestigio no Império, no Papado, no Reino da Itália, etc. e tal, nunca deixando de acalentar seu ódio a Henrique V.
“Após a morte de Henrique V, em 1125, ele viu uma oportunidade de ouro”.
“O Arcebispo sentiu que a monarquia alemã era muito poderosa e precisava ser enfraquecida, começando com a eliminação de sucessão hereditária”.
“No passado, as eleições para os Reis da Dinastia Saliana tinham sido um mero selo de aprovação para os filhos dos imperadores do que uma eleição real para determinar quem se tornaria o novo Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos”.
Frederico II, o Caolho, o segundo dos de Hohenstaufen que foi Duque da Suábia, sobrinho, por parte de mãe, de Henrique V, Rei da Alemanha (Formalmente Rei dos Romanos) de 1099 até 1125, Rei da Itália de 1098 até 1125, Sacro Imperador Romano de 1111 até 1125, era a escolha mais que certa para ocupar os cargos de seu finado parente.
Mais, ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, passou a trabalhar contra essa eleição, já que estava de posse da Insígnias Imperais dadas a ele pela Imperatriz Viúva Matilda, nascida Maude da Inglaterra, o que lhe trazia grande prestigio.
Para obter apoio, ainda no enterro de Henrique V fez campanha em prol de Lotário, um arrivista que conseguiu ser Duque da Saxônia, após a morte de Magnus de Billung em 1106, “um velho para época, tinha um pouco mais de 50 anos de idade, e que não tinha sucessão do sexo masculino, o que poderia torná-lo maleável para ele – Adalberto - em nome da nobreza”.
Adalberto de Mainz usou de toda a sua astucia e elegeu por aclamação a Lotário III, Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos, em Mainz, numa “eleição real” (Königswahl) em meio a uma Assembleia de nobres que durou de 24 de agosto a 1 ou 2 de setembro de 1125.
Rapidamente Adalberto de Mainz fez coroar Lotário III, em 13 de setembro, em Aachen, Capital Imperial de Carlos Magno e local de Coroação de Imperadores, pelo Arcebispo de Colônia.
O poderoso Henrique IX, o Negro, Duque da Baviera, no começo apoiou a candidatura de seu genro, Frederico I, mas no decorrer das discussões sobre os candidatos, ele mudou de ideia e apoiou Lotário III. Na verdade houve um conchavo (casamento de um filho de Henrique, o Negro, com a filha de Lotário) entre Henrique IX, o Negro, o Lotário III, que era velho, mas ambicioso, um lobo em pele de cordeiro, que só Adalberto de Mainz não via.
Com isso a balança pendeu para o lado de Lotário, mas criou uma inimizade entre os Welfs e os da Suábia que teriam consequências de longo alcance na Alemanha, que duraria todo o século 12.
Todavia, Frederico, o Caolho, rendeu homenagem ao novo Rei e futuro Imperador se, eu disse SE,  o Papa assim quisesse.
“Não se sabe como este fato encarado como ‘traição’ por Frederico, o Caolho, afetou suas relações com Judite, mas é curioso notar que a última criança a nascer foi Berta em 1123”.
Até o final do ano, já havia sinais de uma ruptura entre o novo Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos, e os irmãos Hohenstaufen, isso é, Frederico I, Duque da Suábia, e seu irmão, Conrado, Duque da Francônia.
O ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, nunca se recompôs do fato de ter que devolver os Bens Imperais, e influenciou a um outro ambicioso, agora Rei dos Romanos, de nome Lotário III, a pedir de volta todos os bens doados pelos Imperadores Salianos a seus familiares e amigos.
Os Hohenstaufen obviamente recusaram devolver qualquer coisa.
E aconteceram confrontos em Nuremberg, em Speyer, em Ulm, na Itália, o Duque da Baviera falha ao tentar capturar Frederico I, e em 1135 ambos, Frederico e Conrado, finalmente se reconciliam com Lotário III.
Lotário III morreu dois anos depois, em 3 de Dezembro de 1137, em Breitenwang, no Tirol, e Conrado de Hohenstaufen, Duque da Francônia, um efêmero Rei da Itália, foi eleito Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos, em Coblenz em 07 de março de 1138, na presença de Theodwin, Cardeal e Legado Papal, coroado em Aachen, seis dias depois, em 13 de Março, e foi reconhecido em Bamberg por vários princeps do Sul da Alemanha.
Frederico I apoiou a seu irmão, Conrado III, em sua luta contra os Guelfos.
Henrique, o Orgulhoso, genro de Lotário e filho de Henrique IX, o Negro, Duque da Baviera, cunhado de Frederico I, Duque da Suábia, se tornou o Príncipe mais poderoso da Alemanha, e tinha ódio a Conrado III por ter sido preterido na eleição para Rei da Alemanha quando da morte de Lotário III.
Quanto Conrado lhe pediu apara entregar as Insígnias Imperais, que já estavam em seu poder, chantageou o novo Soberano dizendo que só entregaria se recebesse o Ducado da Saxônia, e esse ato foi considerado como uma Traição, e ele perdeu tudo, pois tudo lhe foi confiscado.
Conrado III deu a Saxônia a Alberto, o Urso, ou Albrecht der Bär, ou Alberto de Brandemburgo, neto do Duque Magnus, o último Billung, e a Baviera a Leopoldo IV, Margrave da Áustria, da Casa de Babenberg.
Henrique X, o Orgulho, não perdeu a lealdade de seus súditos e a guerra civil eclodiu, e é considerada como o primeiro ato da luta entre Guelfos e Gibelinos.
Henrique X, o Orgulho, também foi Margrave de Toscana e Duque de Spoleto de1137 até 1139, ano de sua morte pois faleceu em 20 de outubro de 1139, graças a algumas antigas propriedades de Matilde de Canossa, La Grancontessa.
Seu filho, Henrique, o Leão, ou Heinrich der Löwe, continuou a guerra contra Conrado.
Henrique, o Leão, lutou daqui, lutou de lá, foi derrotado, exilado, mas “em 1194, com o seu fim se aproximando, ele fez as pazes com o Imperador Henrique VI, segundo filho do imperador Frederico Barbarossa e de Beatrix da Borgonha, e voltou às suas terras muito diminuída em torno de Brunswick, onde terminou seus dias como duque de Braunschweig, pacificamente patrocinado artes e arquitetura”.
Henrique, o Leão, com sua segunda esposa, Matilda, filha do Rei Henrique II da Inglaterra, é o pai de Otto IV, Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos, em 1208, Imperador do Sacro Império Romano a partir de 1209, forçado a abdicar em 1215, o único Rei alemão da Dinastia Welf.
E falando do ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, morreu em 23 de junho de 1137 e foi sepultado na capela de St. Gotardo, por ele construída perto da Catedral de Mainz e capela do Arcebispo por séculos.
Frederico II, o Caolho, da Dinastia de Hohenstaufen, Duque da Suábia, faleceu em 6 de abril de 1147, seu filho com Judite da Baviera, foi o famosíssimo Frederico Barbarossa, Duque de Suábia de 1147 até 1152, Rei alemão, formalmente Rei dos Romanos a partir de 1152 até 1190, Rei da Itália de 1155 até 1190, Rei de Arles de 1152 até 1190, Conde Palatino da Borgonha, consorte, de 1156 até 1190, O Cruzado da Terceira Cruzada de 1189, uma expedição  em conjunto com os franceses, liderados por Philippe Auguste, ou Filipe Augusto, Rei dos francos, depois Rei da França, Conde d’Artois,  e com os Ingleses, sob o comando de Rei Ricardo Coração de Leão, Duque da Aquitânia e da Normandia, Conde de Anjou e do Maine.
O cômico é que a segunda esposa de Frederico II, o Caolho, de nome Agnes von (de) Saarbrücken, era sobrinha de seu velho inimigo Albert de Mainz, sobrinha de Bruno, Bispo de Speyer, e filha de Frederico, senhor do Castelo de Saarbrücken, que passou a usar o Título de Conde de Saarbrücken.
Frederico e Agnes foram pais de:
Conrado de Hohenstaufen, Conde Palatino do Reno;
Jutta, que casou com Luís II, Landgrave da Turíngia.


E a luta continua....

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