101- Conversa - Frederico
II, o Caolho, da Dinastia de Hohenstaufen.
O Hohenstaufen foram a
sexta dinastia para governar a Alemanha e foram relacionados pelo casamento com
todas as Dinastias anteriores.
Quero chamar atenção para
Frederico II, o Caolho, o segundo dos de Hohenstaufen que foi Duque da Suábia.
Ele era o filho mais velho
de Frederico I e Agnes de Waiblingen, portanto um neto de Henrique IV, Imperador
do Sacro Império Romano, e Berta de Savóia.
Por parte de pai,
Frederico II, era neto de Friedrich von Bueren, ou Friedericus de Boer,
considerado o Pai dos Hohenstaufen ou Staufer, portanto descendente por Linha
Varonil de Friedrich que em 987 foi Conde em Riesga, em Pon e em Chiemgau, ou
seja de uma Casa Condal de Nobreza comprovada.
Sobrinho, por parte de mãe, de Henrique V, Rei da
Alemanha (Formalmente Rei dos Romanos) de 1099 até 1125, Rei da Itália de 1098
até 1125, Sacro Imperador Romano de 1111 até 1125, o quarto e último governante
da Dinastia Saliana.
Irmão de Conrad, Duque em Francônia, e futuro Rei da
Alemanha (formalmente Rei dos Romanos) e Rei de Itália, que nunca foi coroado Imperador
Sacro.
Casou com Judith da Baviera, filha do poderoso Henrique
IX, o Negro, Duque da Baviera e Wulfhilde da Saxônia, filha de Magnus, Duque da
Saxônia e Sophia da Hungria, portanto um membro da poderosa Casa de Welf.
Esse casamento dinástico uniu a Casa de Welf e a Casa dos
Hohenstaufen, as duas famílias mais poderosas e influentes na Alemanha de
então.
Frederico e Judite tiveram dois filhos:
a- Frederico
I Barbarossa, Imperador do Sacro Império Romano, que casou com Beatrice I,
Condessa de Borgonha, com quem teve 12 filhos;
b- Berta,
também conhecida como Judith, da Suábia, que casou com (1123 - 18 de outubro
Matthias I, Duque de Lorena, com quem teve sete filhos.
Com todas essas credenciais e
por morte de seu tio, Henrique V, o Duque Frederico da Suábia se apresentou na
eleição para futuro Rei da Alemanha (formalmente Rei dos Romanos), mas não
contava com a forte oposição de Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de
Mainz.
A família dos Conde de Saarbrücken,
tem seu primeiro registro como Conde em Saargau, mais tarde, no condado Saarbrücken,
com ramificações na Alsácia, no condado de Zweibrücken e em Leiningen, deram
além de Condes, dois Arcebispos de Mainz, dois Abades de Lorsch, bem como um Bispo
de Worms e um Bispo de Speyer.
O Papa Paschoal II, que havia
recebido um convite do Reichstag para ira até a cidade de Mainz em janeiro 1106
para negociar uma solução para a Controvérsia das Investiduras se recusou a ir,
e no Conselho de Guastalla de Outubro de 1106, simplesmente renovou a proibição
do Imperador Sacro e Rei dar posse a Bispos, realizar as Investiduras em geral.
Era a continuação da guerra
entre o Papa e o Imperador.
E...O ambicioso Adalberto I von
(de) Saarbrücken, foi um dos nobres que apoiou a deposição de Henrique IV e foi
Chanceler de Henrique V, em 26 de dezembro de 1115, recebeu o Arcebispado de
Mainz, mas queria mais.
Membro da embaixada a Roma que
teve como objetivo tratar da Coroação de Henrique V como Imperador Sacro, bem
como buscar uma solução para a Controvérsia das Investiduras. Sem solução.
Um acordo secreto foi assinado
entre Henrique V e o Papa Paschoal II, em 04 de fevereiro de 1111, no qual os
Bispo tinham que devolver as benesses imperiais que haviam recebido dos
Imperadores desde Carlos Magno tanto no território do Império, como na Itália, (ou
seja, todos os direitos e privilégios: o imposto sobre a hortelã, legislação
aduaneira, mercados livres, domínios de cidades e suas jurisdições, Castelos e
terras cultiváveis, entre outros), em troca o Imperador renunciava as
Investiduras e consequentemente a posse dos Bispados.
Com Henrique V em marcha para
Roma a frente de um magnífico exército, o Papa Pascoal II concordou com o ‘acordão’
e a Coroação foi marcada para 12 de fevereiro de 1111.
Mais, o Papa, apoiado pela
Cúria Romana ou Hierarquia da Igreja, pelo povo de Roma, se negou a Coroar
Henrique V, ato continuo foi preso e só saiu depois de 61 dias de prisão dura, e
de garantir a Coroação Imperial de Henrique, o que se deu na Catedral de São
Pedro, em 13 de abril de 1111.
Com os Alpes entre ele e
Henrique, o Papa Pascoal II sancionou as resoluções tomadas pela Hierarquia da
Igreja em Latrão de março de 1112, que considerava que o ‘acordão’ foi
extorquido pela força, portanto não valia, e uma outra de um Concilio em
Vienne, outubro 1111, que excomungava o Imperador.
Por causa da Herança de
Matilda de Canossa, La Grancontessa, o Papa e o Imperador entraram em choque e
o Papa fugiu de Roma.
Pascoal II retornou após a
retirada do Imperador, no início de 1118, mas morreu dentro de poucos dias, em
21 janeiro de 1118.
O Clero Alemão não aceitou os
termos do “acordão”, e ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de
Mainz, os liderava.
Adalberto I, então, rompeu com
o Imperador, que lhe beneficiou diretamente, por causa da posse do Castelo
Imperial de Trifels, construído no alto do Pico Sonnenberg, perto da pequena
cidade de Annweiler, localizado bem acima do Vale de Queich , dentro da
Floresta do Palatinado, no Palatinado, região do sudoeste da Alemanha, como até
hoje se pode ver.
Henrique V acabou aprisionando
Adalberto por três anos (1112-1115) sem julgamento, após o Arcebispo ter se
recusado a entregar o controle dos bens imperiais que estavam sob seu controle.
O Povo de Mainz não queria seu
Arcebispo preso e se revoltou contra o Imperador, que mandou soltar Adalberto.
Usando como pretexto para suas ações a excomunhão de Henrique
V realizada por Pascoal II, o ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken,
Arcebispo de Mainz, tornou-se inimigo figadal de Henrique V e opositor ferrenho
de sua família e de seus aliados.
Quando Henrique marchou para a Itália em 1116, Adalberto
levantou vários dos princeps contra o
Imperador e provocou uma grande confusão.
Para piorar a situação, o novo Papa Calisto II, fez de
Adalberto um Legado Papal, ou seja um protegido diretamente do Papa, pois é um
representante pessoal do Papa em nações estrangeira.
Furioso, Henrique V atacou Mainz.
Em resposta, Adalberto convenceu a Nobreza a se revoltar.
Houve um acordo de Paz temporária e a 23 de setembro de
1122 com a Concordata de Worms terminou o antigo sistema da Igreja Imperial.
E o ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo
de Mainz, agora tinha uma posição de prestigio no Império, no Papado, no Reino
da Itália, etc. e tal, nunca deixando de acalentar seu ódio a Henrique V.
“Após a morte de Henrique V,
em 1125, ele viu uma oportunidade de ouro”.
“O Arcebispo sentiu que a
monarquia alemã era muito poderosa e precisava ser enfraquecida, começando com
a eliminação de sucessão hereditária”.
“No passado, as eleições para
os Reis da Dinastia Saliana tinham sido um mero selo de aprovação para os
filhos dos imperadores do que uma eleição real para determinar quem se tornaria
o novo Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos”.
Frederico II, o Caolho, o
segundo dos de Hohenstaufen que foi Duque da Suábia, sobrinho, por parte de
mãe, de Henrique V, Rei da Alemanha (Formalmente Rei dos Romanos) de 1099 até
1125, Rei da Itália de 1098 até 1125, Sacro Imperador Romano de 1111 até 1125,
era a escolha mais que certa para ocupar os cargos de seu finado parente.
Mais,
ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, passou a
trabalhar contra essa eleição, já que estava de posse da Insígnias Imperais
dadas a ele pela Imperatriz Viúva Matilda, nascida Maude da Inglaterra, o que
lhe trazia grande prestigio.
Para obter apoio, ainda no
enterro de Henrique V fez campanha em prol de Lotário, um arrivista que
conseguiu ser Duque da Saxônia, após a morte de Magnus de Billung em 1106, “um velho
para época, tinha um pouco mais de 50 anos de idade, e que não tinha sucessão do
sexo masculino, o que poderia torná-lo maleável para ele – Adalberto - em nome
da nobreza”.
Adalberto
de Mainz usou de toda a sua astucia e elegeu por aclamação a Lotário III, Rei
da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos, em Mainz, numa “eleição real” (Königswahl)
em meio a uma Assembleia de nobres que durou de 24 de agosto a 1 ou 2 de setembro
de 1125.
Rapidamente Adalberto de Mainz fez coroar Lotário III, em 13
de setembro, em Aachen, Capital Imperial de Carlos Magno e local de Coroação de
Imperadores, pelo Arcebispo de Colônia.
O poderoso Henrique IX, o
Negro, Duque da Baviera, no começo apoiou a candidatura de seu genro, Frederico
I, mas no decorrer das discussões sobre os candidatos, ele mudou de ideia e apoiou
Lotário III. Na verdade houve um conchavo (casamento de um filho de Henrique, o
Negro, com a filha de Lotário) entre Henrique IX, o Negro, o Lotário III, que
era velho, mas ambicioso, um lobo em pele de cordeiro, que só Adalberto de
Mainz não via.
Com isso a balança pendeu para
o lado de Lotário, mas criou uma inimizade entre os Welfs e os da Suábia que
teriam consequências de longo alcance na Alemanha, que duraria todo o século
12.
Todavia, Frederico, o Caolho, rendeu homenagem ao novo
Rei e futuro Imperador se, eu disse SE, o Papa assim quisesse.
“Não se sabe como este fato encarado como ‘traição’ por
Frederico, o Caolho, afetou suas relações com Judite, mas é curioso notar que a
última criança a nascer foi Berta em 1123”.
Até o final do ano, já havia sinais de uma ruptura entre
o novo Rei da Alemanha, formalmente Rei dos
Romanos, e os irmãos Hohenstaufen, isso é, Frederico I, Duque da Suábia,
e seu irmão, Conrado, Duque da Francônia.
O ambicioso Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo
de Mainz, nunca se recompôs do fato de ter que devolver os Bens Imperais, e
influenciou a um outro ambicioso, agora Rei dos Romanos, de nome Lotário III, a
pedir de volta todos os bens doados pelos Imperadores Salianos a seus
familiares e amigos.
Os Hohenstaufen obviamente recusaram devolver qualquer coisa.
E aconteceram confrontos em
Nuremberg, em Speyer, em Ulm, na Itália, o Duque da Baviera falha ao tentar
capturar Frederico I, e em 1135 ambos, Frederico e Conrado, finalmente se
reconciliam com Lotário III.
Lotário III morreu dois anos
depois, em 3 de Dezembro de 1137, em Breitenwang, no Tirol, e Conrado de
Hohenstaufen, Duque da Francônia, um efêmero Rei da Itália, foi eleito Rei da
Alemanha, formalmente Rei dos Romanos, em Coblenz em 07 de março de 1138, na
presença de Theodwin, Cardeal e Legado Papal, coroado em Aachen, seis dias
depois, em 13 de Março, e foi reconhecido em Bamberg por vários princeps do Sul da Alemanha.
Frederico I apoiou a seu
irmão, Conrado III, em sua luta contra os Guelfos.
Henrique, o Orgulhoso, genro de Lotário e filho de Henrique
IX, o Negro, Duque da Baviera, cunhado de Frederico I, Duque da Suábia, se
tornou o Príncipe mais poderoso da Alemanha, e tinha ódio a Conrado III por ter
sido preterido na eleição para Rei da Alemanha quando da morte de Lotário III.
Quanto Conrado lhe pediu apara entregar as Insígnias Imperais,
que já estavam em seu poder, chantageou o novo Soberano dizendo que só
entregaria se recebesse o Ducado da Saxônia, e esse ato foi considerado como
uma Traição, e ele perdeu tudo, pois tudo lhe foi confiscado.
Conrado III deu a Saxônia a Alberto, o Urso, ou Albrecht
der Bär, ou Alberto de Brandemburgo, neto do Duque Magnus, o último Billung, e
a Baviera a Leopoldo IV, Margrave da Áustria, da Casa de Babenberg.
Henrique X, o Orgulho, não perdeu
a lealdade de seus súditos e a guerra civil eclodiu, e é considerada como o
primeiro ato da luta entre Guelfos e Gibelinos.
Henrique X, o Orgulho, também foi
Margrave de Toscana e Duque de Spoleto de1137 até 1139, ano de sua morte pois
faleceu em 20 de outubro de 1139, graças a algumas antigas propriedades de
Matilde de Canossa, La Grancontessa.
Seu filho, Henrique, o Leão, ou
Heinrich der Löwe, continuou a guerra contra Conrado.
Henrique, o Leão, lutou daqui,
lutou de lá, foi derrotado, exilado, mas “em 1194, com o seu fim se
aproximando, ele fez as pazes com o Imperador Henrique VI, segundo filho do
imperador Frederico Barbarossa e de Beatrix da Borgonha, e voltou às suas
terras muito diminuída em torno de Brunswick, onde terminou seus dias como
duque de Braunschweig, pacificamente patrocinado artes e arquitetura”.
Henrique, o Leão, com sua
segunda esposa, Matilda, filha do Rei Henrique II da Inglaterra, é o pai de Otto
IV, Rei da Alemanha, formalmente Rei dos Romanos,
em 1208, Imperador do Sacro Império Romano a partir de 1209, forçado a
abdicar em 1215, o único Rei alemão da Dinastia Welf.
E falando do ambicioso
Adalberto I von (de) Saarbrücken, Arcebispo de Mainz, morreu em 23 de junho de 1137
e foi sepultado na capela de St. Gotardo, por ele construída perto da Catedral
de Mainz e capela do Arcebispo por séculos.
Frederico
II, o Caolho, da Dinastia de Hohenstaufen, Duque da Suábia, faleceu em 6 de
abril de 1147, seu filho com Judite da Baviera, foi o famosíssimo Frederico Barbarossa,
Duque de Suábia de 1147 até 1152, Rei alemão, formalmente Rei dos Romanos a
partir de 1152 até 1190, Rei da Itália de 1155 até 1190, Rei de Arles de 1152
até 1190, Conde Palatino da Borgonha, consorte, de 1156 até 1190, O Cruzado da
Terceira Cruzada de 1189, uma expedição em conjunto com os franceses, liderados por Philippe
Auguste, ou Filipe Augusto, Rei dos francos, depois Rei da França, Conde d’Artois,
e com os Ingleses, sob o comando de Rei
Ricardo Coração de Leão, Duque da Aquitânia e da Normandia, Conde de Anjou e do
Maine.
O cômico é que a segunda esposa
de Frederico II, o Caolho, de nome Agnes von
(de) Saarbrücken, era sobrinha de seu velho
inimigo Albert de Mainz, sobrinha de Bruno, Bispo de Speyer, e filha de Frederico,
senhor do Castelo de Saarbrücken, que
passou a usar o Título de Conde de Saarbrücken.
Frederico e Agnes foram pais
de:
Conrado de Hohenstaufen, Conde
Palatino do Reno;
Jutta, que casou com Luís II,
Landgrave da Turíngia.
E a luta
continua....
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