segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

80- CONVERSA- Imperator- Imperador - Cæsar- Czar - Kaiser - Parte VI

Carlos Magno

CARLOS ADMINISTRADOR:
O Rei abolira o cargo de Mordomo do Paço.
Comes queria dizer companheiro do Rei palavra essa que deu origem a palavra Condes como veremos mais adiante.
Os Condes eram responsáveis por um Condado.
Ao Conde era dado o direito de nomear seu substituto os Viscondes.
Outras peças importantes na administração eram os Bispos que recebiam do Imperador e Rei suas Dioceses nas terras pertencentes ao Império e as administravam da mesma maneira que os Condes.
Nas fronteiras Carlos criou as Marcas que eram chefiadas por um Conde, que foi elevado a condição de Margrave e dessa palavra é que saiu o Marquês, título tão ao gosto dos futuros Reis de França.
Os Duques, nobres que tinham obrigações de rotina, mas nas Guerras chefiavam vários Condes e seus batalhões.
Para controle desses o Imperador e Rei tinha um corpo de funcionários especiais que viajam por todo o Império, os missi dominici.
A aparição da comitiva ao longe desses enviados do Imperador e Rei conta a lenda que causava uma verdadeira revolução.
Carlos legislou através de Capitulares, ou seja, decretos que não precisavam de aprovação de nenhuma Assembleia, principalmente do Reichstag.
Eram chamados de Capitulares porque eram organizados como capítulos de um “Compendio de Ordenanças Regias”.
De todos os seus súditos, civis, militares ou eclesiásticos, o Imperador e Rei exigia juramento de fidelidade denominado’ Sacramentum fidelis’.
A desobediência era punida com a morte.
Como podemos perceber esse juramento transcende o Poder Temporal, pois a Igreja sustentava que desobedecer ao Imperador e Rei e aos Reais era sacrilégio.
Carlos distribuiu terras entre os seus amigos que assim se tornaram seus vassalos.
E o que é um vassalo?
Vassalo é um indivíduo ligado a um Senhor, o Suserano, por um juramento de Fé e de homenagem.
Que pagava um tributo a esse mesmo Senhor e que em caso de guerra fornecia homens armados para o combate.
O primeiro vassalo recebia as terras de seu senhor e essas posses poderiam ser vitalícias ou não.
Na segunda metade do século IX essas terras passaram a ser hereditárias.
Assim o que era um problema para alguns Condes que subdividiam suas terras com seus melhores guerreiros para baratear o custo de suas tropas melhorou bastante.
A lealdade deles não era sagrada como deles para Carlos.
Esse novo sistema ou ciclo histórico, é conhecido como Feudalismo e as terras desses Senhores passaram a ser conhecidas como Feudos. 
Um Imperador podia ser Suserano, assim como um Rei, assim como um Príncipe, assim como um Príncipe – Soberano, assim como um Grão-Duque, Assim como um Duque Soberano, assim como um Duque, assim como um Marques, assim como um Conde, assim como um Visconde, assim como um Barão, assim como um Cavaleiro, mas vavassalado jamais.
Um vavassalado pode ser um vassalo, um Cavaleiro pode ser um vassalo, um Barão pode ser um vassalo, um Visconde pode ser um vassalo, um Conde pode ser um vassalo, um Marques pode ser um vassalo, um Duque pode ser um vassalo, um Duque Soberano pode ser um vassalo, um Grão-Duque pode ser um vassalo, um Príncipe-Soberano pode ser um vassalo, um Príncipe pode ser um vassalo, um Rei pode ser um vassalo, mas um Imperador jamais seria ou é um vassalo.
O Sumo Pontífice, o Papa, o Bispo de Roma, vassalo jamais.
 Suserano sim de todos os Bispos espalhados pelo mundo.
Carlos, agora cognominado Magno, que para quem não sabe é sinônimo de Grande, era analfabeto até a idade adulta, aprendeu sua língua, latim e grego já grandinho
Queria legar ao mundo um Império letrado, para isso tomou uma série de iniciativas que se convencionou chamar de “Renascimento Carolíngio”.
Renascimento de que?
Aumentou as atividades artísticas e intelectuais.
Deste movimento surgiu o estilo arquitetônico chamado “românico”.
Os membros do Clero, mesmo com baixo nível de escolaridade, os semianalfabetos tão comuns no Brasil, foram mobilizados para alfabetizar seus paroquianos.
Os membros do Clero para receber promoções tinham que prestar exames.
Convocou um lombardo de nome Paulo Diácono e o inglês Alcuíno para elaborar um plano escolar.
Contratou Eginardo, nascido em Maingau, Vale do Meno , no ano de 770 e faleceu em Seligenstadt  no ano de 840 , primeiro como secretário depois o incumbiu  de escrever sua vida, título “ A Vida de Carlos”.
Essa obra é preciosíssima, pois descreve a época de Carlos. Alguns historiadores afirmam que ela é responsável por muitas das Lendas que circulam sobre o Soberano.
Eginardo foi membro da “Escola Palatina “que funcionava junto a Corte de Aqüísgrana ou Aachen, noroeste da atual Alemanha, e a qual Carlos frequentava quando podia.
Carlos nunca teve barba, bigodes sim.
Gostava de “gente” por isso sua comitiva era sempre enorme.
Era glutão.
Bebia pouco, pois detestava os bêbados.
Gostava de agua tanto que mandou construir uma enorme piscina no Palácio, onde podiam nadar os reais os amigos e os membros da guarda pessoal.
Era mulherengo.
Casou com Imiltrude, Ermengarda, Ildegarda, Falstrada e Lutgarda. Teve ao menos 20 filhos reconhecidos, portanto membros da nobreza de sangue. Das filhas tinha ciúme. Teve netos e sobrinhos e era carinhoso com eles.
Conta a lenda que consciente do proveito que tirou da Igreja para aumentar o Reino que Pepino lhe deixou e que tomou dos sobrinhos em 779 decretou que todos os Senhores e Vassalos tinham que restituir 10% de suas rendas a Santa Madre Igreja, ou seja, cobrou o dizimo.
As penalidades para que não cumprisse tal decreto eram mais do que severa, para começar perdiam as terras e daí por diante.
Devemos nos lembrar de que Carlos era cruel, muito cruel.
Carlos, filho de Pepino e de Berta, após o Natal de 813 a. D. foi atacado por uma virose.
Em janeiro de 814 uma febre alta obrigou o a ficar de cama.
Teimoso declara que através de jejuns e orações e alguns goles de agua dominaria a doença.
A febre o queima.
28 de janeiro de 814, às 9 horas d´amanhã entrega a vida ao Senhor aquém serviu pela Fé e pela espada.
Os Reais e os cortesãos batiam cabeças porque ele não havia dado ordem de como queria ser enterrado.
Finalmente resolvem sepulta-lo na Catedral de Aqüisgrana, por ele mandada ser construída.
Em sua tumba está escrito:

“Nesta tumba repousa o corpo de Carlos, grande e ortodoxo
Imperador, que aumentou nobremente o reino dos
Francos e o governou com felicidade durante 47 anos.
Morreu com 71 anos, em 814, Ano do Senhor,
sétima indicção, o quinto das calendas de fevereiro.”

Sucede-lhe seu filho Luiz, o Piedoso, Também conhecido como o Bonachão, Rei da Aquitânia, mas isso é outra história.
Coroa Imperial de Carlos Magno

Fim da Parte VI

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